Me lembro que quando era menina e
perguntavam o que ia ser quando crescesse, sempre respondia: “quero ser uma
mulher de 30 anos”. Mas quando eu falava isso, não tinha a menor ideia do que
significava 30 anos pra uma mulher. Pra mim era apenas a idade de uma amiga de
minhas tias, que tinha pouco mais de trinta e usava vestidos lindos, sapatos de
salto alto, batom vermelho. Queria ser assim. Depois não lembro direito como o
tempo passou. Era muita coisa
acontecendo… Muitas mudanças no país, na minha família, em mim mesma.
E fui me olhar no espelho com mais
cuidado e vi que estava muito diferente do que eu era. Ou pelo menos do jeito
que eu achava que era… tomei um susto! Não me achei parecida comigo! Falei:
Caraca... este ano, estou fazendo 73 anos! Setenta e três. 3 x 20 + 13. Ou duas
vezes trinta e mais treze. E onde ficaram esses anos todos, como eu não vi
passar? Difícil dizer.
E foi aí que me dei conta juntamente
com Arnaldo Antunes que : “ a coisa mais moderna que existe na vida é
envelhecer.”
“Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero pôr Rita Pavone
No ringtone do meu celular”
E aí eu curtindo Rita Pavone...septuagenário como eu....rsrsrs
Pois é... todo mundo tem uma idade interna que
pode ser completamente diferente da idade do corpo físico. E que essa idade é a
gente que escolhe, entre os momentos mais felizes da nossa vida. E tenho
certeza que muitas novidades ainda virão… Mas a sensação é sempre essa, de
estar viva, de poder fazer o que eu quiser( nem sempre, mas não importa) , de
ter frio na barriga mas não ter medo de recomeçar. De estar aberta para as
novidades, para aprender mais, para rir. Eu não sei que idade eu tenho dentro
de mim. São muitas, eu me sinto muito atemporal.
“Desânimo pra quê? Desacreditar da
caminhada por quê?”
E é muito divertido envelhecer com o
Arnaldinho! Sim, gente bonita, distinta platéia, estou meio velhinha, mas estou
viva!!!!kikikikik
Fique na paz!
Dilene Germano