Três
palavras que não deveriam existir no dicionário, em nossas bocas e
principalmente em nossos corações. Infelizmente, fazem parte do nosso cotidiano
e frequentemente nos atinge. Será que as três têm o mesmo significado, ou uma é
menos perigosa do que a outra? Vejamos:
Quando
queremos nos informar, procuramos ler um jornal, visitar páginas da internet,
assistir um noticiário na TV. Mas existe uma outra fonte de informação que
esses veículos não conseguem substituir: os boatos e as fofocas. E isso não tem
idade ou fronteira.
A fofoca é um dos fenômenos sociais mais
populares há séculos, já interferiu na história e devidamente espalhada, chegou
( quase) a se transformar em verdade absoluta.Já dizia Hitler: “conte uma mentira
( leia-se fofoca) mil vezes e ela se transformará em verdade”. Que horror!E deu
no que deu!
Você soube que a rainha Elizabeth I tem um
amante? Toda a corte está comentando... Ela tem um caso? Está grávida? Teve um
filho ilegítimo? Boatos assim eram comuns entre os ingleses. E olhe que
envolvia nada mais nada menos, que a rainha mais poderosa e absoluta de todos
os tempos! Pobres de nós, simples plebeus!
Pode acreditar, até entre os homens
pré-históricos a fofoca fazia sucesso: para obter sucesso nos grupos sociais
tinham que saber tudo sobre a vida das outras pessoas e o que elas faziam.
Segundo, dizem, ela ajudou na evolução da espécie humana.
Os boatos ou fofocas, portanto interferiram na
História e tiveram, e têm papel político em várias ocasiões, principalmente nos
períodos eleitorais.
Atualmente,
para alguns, é um esporte, para outros é uma arte e para outros é pura maldade
mesmo. Por mais inofensiva que ela seja, pode provocar conseqüências
desastrosas: casais se separam, amigos brigam, funcionários são promovidos ou
perdem o emprego... e por aí vai!
Fugir de fofoqueiros é difícil! Sabe, aquelas
pessoas que não se conformam com o que tem e o que são no “ seu quadrado” e querem
a qualquer custo viver “ no quadrado” dos outros? Não tem vida própria, não
existem.
É
preciso fazer malabarismos para fugir, ficar alheio e sair das situações
desagradáveis que a boataria causa e seguir em frente, não dar ouvidos às
críticas tolas, fuxicos e fofocas sem sentido e muitas vezes mentirosas.
E no
ambiente profissional, no dia a dia do trabalho, a coisa fica mais complicada,
devastadora: pode mudar uma história, pode levantar alguns, mas derrubar
outros, fere nosso emocional, derruba nossa auto-estima e pode ser o calcanhar
de Aquiles de nossa vida profissional. E o que é mais feio e deprimente, é
quando a fofoca serve como alavanca para alçar vôos maiores, muitas vezes prejudicando
outras pessoas.
Para
mim, fofoca, maledicência, calúnia são sinônimas. E para que elas se espalhem é
preciso ter consumidores. Mark Twain já dizia : “ Para te magoar, são
necessários um inimigo e um amigo: um inimigo para te caluniar e um amigo para
transmitir a calúnia.”
“A língua que calunia mata 3 pessoas ao mesmo
tempo: a que profere a calúnia, a que escuta e a pessoa sobre a qual se fala.” (
Paulo Coelho)
Você conhece a História das três peneiras? Vale a pena conferir a
bondade e a sabedoria de Sócrates.
“ Um
rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar-lhe algo sobre alguém.
Sócrates ergueu os olhos do livro que estava
lendo e perguntou:
- O
que você vai me contar já passou pelas três peneiras?
- Três peneiras? – indagou o
- Sim.
A primeira peneira é a Verdade. O que você quer me contar é um fato? Caso tenha
ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos que seja verdade. Deve
então, passar pela segunda peneira: a Bondade. O que você vai me contar é coisa
boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama, o trabalho do próximo? Se
o que quer me contar é verdade e é coisa boa, deverá passar pela terceira
peneira: a Necessidade. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a
comunidade? Pode melhorar o planeta? Arremata
Sácrates:
- Se
passou pelas três peneiras, conte! Tanto eu, como você e seu irmão iremos nos
beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos
para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do
planeta.”
Então,
antes de falar sobre alguém, precisamos examinar se o que falamos preenche aos
seguintes requisitos: se é verdadeiro, se é agradável, se é animador.
O
combustível que abastece a calúnia (fofoca ou maledicência) é a inveja, porque
alguém não suporta o fato de outra pessoa ter ou ser aquilo que ele não
conseguiu..
Quando uma pessoa não se aceita como ela é,
você não acha que isso é ingratidão com Aquele que lhe deu o maior presente que
poderia ter: a vida?
Infelizmente,
os fofoqueiros tem seus seguidores, que escutam algo sobre alguém, mas não
questionam se é verdade e vão aumentando ( sabe aquilo de quem conta um conto,
aumenta um ponto?) nas rodinhas de conversas.E falam, acusam e atiram pedras que deixam marcas profundas. E o que é pior,
fazem tudo isso, através das vidraças imundas de suas janelas. Seria bem melhor
se limpassem suas próprias sujeiras.
Uma certa curiosidade em relação às outras
pessoas é normal, isso todo mundo tem, mas não pode extrapolar os limites do razoável!
Fique atento, caia fora, se distancie de fofoqueiros, ou
caluniadores, ou maledicentes, pois na verdade, nada mais são do que cruzamentos de verme com
sanguessuga!
Use máscara, lave ou desinfete as mãos, o ouvido e a boca,
porque até agora, não se descobriu uma
vacina contra esse vírus ou bactéria! Mas ...se ainda assim, não conseguir se
livrar dessas pessoas negativas, peça a Deus por elas em suas orações diárias,
para que abram seus corações e quando for necessário, fechem... as suas bocas
grandes...Para Deus nada é impossível!
Mas é preciso também fazer a nossa parte. Muito oportuna a
fala de Maria Sanz Martins- escritora): “ Tome conta de sua reputação, ela é um
bem inestimável. Porque sim, pessoas
comentam, reparam, e se você der chance, elas inventam também detalhes
desnecessários.”
E
lembre-se: se cada um tomasse conta da própria vida e respeitasse as escolhas e
os limites do próximo, o mundo com certeza seria um lugar muito mais fácil de
se viver!
Fique na Paz! Dilene Germano
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