Existem
situações em que a gente literalmente
escorrega numa casca de banana e entramos numa “saia justa”. Quem nunca passou por uma situação desfavorável
e/ou embaraçosa? Quando conseguimos sair da” saia justa” é um alívio. Pior é
quando nos vemos sem possibilidade de reação e ficamos de mãos atadas.
Minha carteira de motorista havia vencido e
sem saber fui parada numa blitz. Não sei o motivo, mas vou confessar uma coisa
que nunca falei pra ninguém: eu morro de medo de policial. Deve ser coisa de
criança. Quando fazia alguma arte, ouvia: a polícia vem ai!
Anos
e anos mais tarde, o grande trauma: fui parada numa blitz. Carteira vencida. O
guarda olhou daqui, olhou dali, e resolveu chamar o comandante. Quase tive um
desmaio, tal o meu medo.
Não sei se minha ansiedade e angústia estavam
estampadas no rosto, porque o comandante muito gentilmente só me aconselhou a
tirar outra carteira para evitar multas e etc.
Ainda bem, e aí, pensei com meus botões: “
Viu, policial não é tão bravo assim”. Mas foi com dificuldade que consegui
engatar a marcha e sair.
Acatando
o conselho, fui levar os documentos para fazer o pedido de nova carteira. O
DETRAN ficava situado no Mercado do Agricultor, Cidade Nova. Para chegar até
lá, tinha que passar pelo Batalhão da Polícia Militar.
E lá
vou eu...com documentos na bolsa e a
carteira ainda vencida! Ao me aproximar do Batalhão, vi policiais fortemente armados,
fazendo uns sinais que não estava
entendendo.
Santo
Deus, agora estão armados! Diminuí a velocidade, estava quase parando. Volta
minha angústia: o que será que está acontecendo? Só pode ser uma blitz
novamente. E atrás de mim uma carreta gigantesca, que mais parecia um
tiranossauro rex querendo me engolir
junto com meu carrinho. Juro que cheguei a ver seus gigantescos dentes...
Um
guarda fazendo sinal e meu nervosismo aumentando em ordem geométrica.. .
E a angústia da dúvida: seriam guardas,
policiais ou soldados? Estou trocando tudo! Pra que saber a diferença, justo
naquela hora, se o objetivo deles era o mesmo?
Quando
olhei para dentro do batalhão, vi muitos carros estacionados. Pronto! Estão
prendendo os carros com documentos atrasados! E minha carteira... e
minha carteira!?! Eu já me imaginava presa!E o meu carrinho, o que seria dele?
E a jamanta, quero dizer... a carreta...acho
mesmo que era o tiranossauro, quase me engolindo... Era isso:
os sinais dos guardas só podiam ser para eu entrar no batalhão para
vistoriar meu carrinho.No meio dessa angústia toda, eu entrei. Não havia
celulares, como pedir socorro?
Lá dentro, não sabia o caminho até os carros e dois policiais estavam vindo
em minha direção. Oh! Céus!
Livra-me
dessa, Santa História: eu juro que não risquei o fósforo que acendeu a fogueira
de Joana D´Arc, não joguei sal nas terras de Tiradentes, não coloquei veneno na
comida de Napoleão Bonaparte, não comi os brioches de Maria Antonieta e nem
levei a serpente que picou a Cleópatra. Eu juro!Eu juroooo!
Quando
os policiais se aproximaram,, olhei para o outro lado, vi um palanque com
vários militares e no gramado um grande
número de soldados. Alguma coisa estava
fora da ordem que eu colocara em minha cabeça.
Logo
a seguir, ouvi o Hino Nacional tocado e cantado pelos presentes. Foi então que percebi... não era blitz coisa
nenhuma. Meu alívio foi tão grande que quando os policiais perguntaram
se podiam me ajudar em alguma coisa, eu disse a seguinte pérola: “ Não
obrigada, eu entrei aqui por causa do
Hino Nacional, eu adoooooro cantar o hino brasileiro! Coloquei a mão na direção
do coração e cantei o hino até o final.
E os policiais??? Não olhei mais para eles, a
única ação do momento foi a da lei da gravidade: grudei no chão e não conseguia nem levantar um pé.
Em
tempo: depois descobri que era uma solenidade de aniversário do Batalhão da
Polícia Militar . Havia muitos militares de alta patente e autoridades. Por
isso, o número de soldados no asfalto e os sinais eram para diminuir a
velocidade!
VAI
SABER...
Fique
na paz!
Dilene Germano
sensacional!!! Adorei...Orgulho de ter tido alguém assim como professora! Bjs, querida Dilene!
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