“Se não admitimos as marcas daquilo que vivemos , alegrias no
bigode chinês, o susto com o tombo do menino nas têmporas, a traição no meio da
testa, tantas saudades nas bolsas abaixo dos olhos, uma coleção de bons
acontecimentos no franzido acima do nariz, a derrota do timão no vinco entre as
sobrancelhas, como autorizar que a bossa, a naturalidade, o charme e o que é
mais verdadeiro permaneça em nós? Se negamos o direito dos acontecimentos nos
marcarem, como autorizaremos que nosso sorriso, ou mais ainda, nosso olhar, carregue
aquilo que um dia fomos?”(Fabíola Simões)
Hoje tive o prazer de
saborear uma deliciosa canjiquinha na
casa de uma amiga muito querida. Gente muito bonita. Conversa vai e conversa
vem...assunto não nos faltava...cotidiano...maturidade... experiências...
inevitavelmente falamos também sobre o
envelhecimento. O que se ganha e o que se perde. O fato é que todos nós vamos
envelhecer...Querendo ou não, iremos todos envelhecer. As pernas irão pesar, a
coluna doer, o colesterol aumentar. A imagem no espelho irá se alterar
gradativamente e perderemos estatura, lábios e cabelos.
Mas pra tudo dá-se um jeito. Um pouco de exercício físico no
decorrer da vida e até mesmo ao envelhecer fazem com que as pernas não pesem
tanto, a coluna não doa, o colesterol não aumente, fazem com que mantenha a
postura e mantenha a estatura.
Imagina tudo isso unido a uma alma com o humor dos dez, o viço
dos vinte e o erotismo dos trinta anos? No inicio a gente choca depois vai
acostumando. Mas se acostumar com as mudanças registradas no espelho não é
mole.
A boa notícia é que a alma pode permanecer com o humor dos dez, o
viço dos vinte e o erotismo dos trinta anos. Um brinde a isso !
A alma permanece criança
quando aceita a passagem do tempo com leveza e conserva o bom humor apesar dos
vincos em torno dos olhos e o código de barras acima dos lábios.
A alma permanece viçosa quando se diverte, se perdoa,
ri de si mesma e faz as pazes com sua história. Quando usa a
espontaneidade pra ser sensual, se despe de preconceitos, intolerâncias,
desafetos.
A alma permanece erótica quando não esconde seus defeitos, não se culpa pela passagem do tempo, aceita
suas dores, atravessa seu deserto e ama sem pudores.
Aprenda: bisturi algum vai dar conta das rugas de uma alma.
Fique na paz!
Dilene Germano
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