Toda vez que passo por aqui, me chama a
atenção essa igrejinha desconhecida, abandonada. Parece vazia.
Fica no alto de um morrinho, assentada
sobre o pasto seco, amarelo e quebradiço com folhagens em volta.
O vento
espalha a poeira vermelha da estrada de tempos em tempos.
Sol forte, ar seco. E esse ar que entra
na capela faz uma prece, sem saber. Sem palavras, sem pedidos, sem intenções,
sem religiões, imagens, fé ou precedentes. A prece mais pura acontece
silenciosamente. Involuntariamente. Ela escapa sem se dar conta.
E a mais simples capelinha que existe,
abandonada e esquecida, é o lugar mais elevado de todo o universo. Sem saber,
brinda a fé e a visão! Talvez o vazio do espaço nos enche de uma fé que só
podemos encontrar em nós mesmos! No silêncio!
Fique na paz!
Dilene Germano
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