Ontem fui
ao supermercado e na sessão de hortifruti, um garotinho disse: “ mãe, leva uma
cabeça de alface?”
Fiquei
surpresa por dois motivos: primeiro, é de se estranhar um garoto de uns seis
anos gostar de alface e segundo porque ele disse “cabeça de alface” e não “pé
de alface” como costumamos dizer.
E não é
que o pé de alface me chamou a atenção? Por curiosidade , fiquei sabendo que a
história da humanidade lhe faz referência desde os antigos persas.
Hipócrates
fala em seu uso na antiga Grécia. Na mitologia grega, a alface é citada quando
a deusa Vênus esconde o belo Adonis, filho de Mirra num pé de alface. Entre os
romanos, a alface era consagrada a Vênus e não se comia por ser uma profanação.
Tempos depois, foi adotado o costume de comer a salada no fim da refeição, e
diz Virgílio que essa erva deliciosa finalizava os jantares dos nobres.
E
observando um ou uma alface, minha mente entrou de sola. Redondinha, repolhuda
ou não, mas com umas pontinhas aqui, outras acolá, e até machucadinha por fora,
mas cheinha de camadas por dentro.
E quando o
alface vai se abrindo, lá dentro, bem escondidinho, mas sem mistérios, está um
coraçãozinho branquinho.
Muita
gente acha o alface sem muito gosto, sem muita cor, mas ele nem está aí...vai
seguindo sua vida sempre firme e presente em toda parte do mundo.
Se tenho
que me conformar com tanta interface, memória, tempo, trauma, carma, padrão e
vai saber mais o que ainda terei que conviver, que eu possa ser assim, como um
alface
Quero ter camadas assim, mais tranquilas,
descomplicadas e desorganizadas, mas muito unidas...
Então, o
garotinho estava certo: errado é falar “pé de alface”. A gente tem mesmo é que
dizer “cabeça de alface”!
Entenderam?
Fique na
paz!
Dilene Germano
Ótima resposta eu estava confuso
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