Andando tranquila pelo meu quintal,
achei pelo chão algumas pétalas de uma rosa, desfeita. Com a suavidade própria de sua pele
aveludada, as acolhi em minhas mãos, pensando talvez, como as poderia salvar...
Coitada de mim... logo percebi que elas nunca estiveram tão felizes assim, guiando suas vidas,
conforme o vento lhes favorecerem.
As pétalas inquietas pela sua própria natureza, não se acomodavam junto a seus pares na rosa, e num vento um pouco mais brusco (ou seria só uma brisa?) resolveram buscar outras paragens e, desta forma, voaram felizes para novas experiências...
E as outras, onde pousaram? Não
importa, pois onde estiverem, trarão em si mesma a essência da rosa, nem tão
inebriante como aquela, mas certamente com inesquecível perfume sempre.
Pétalas que esperam a vida brincando de
“mal-me-quer e bem-me-quer”. Mas o amor, ah o amor é o bem-me-quer mais bonito
da flor mais bonita. É o que envolve tudo isso e o que faz valer a pena.
Pétalas....ah...as pétalas. Quantas
lembranças...
Para quem roía as unhas até não
aparecer nenhum branquinho, era uma imagem distante. Então, enquanto esperava a
idade avançar, brincava de mulher crescida (que não roía unhas) ...
E as pétalas da maria-sem-vergonha eram
perfeitas para criar as mãos que gostaria de ter. Podia trocar de cor de
"esmalte" numa piscar de olhos. Bastava despetalar a florzinha,
passar saliva em cada unha e "colar" as postiças. Quanto maiores,
maior a satisfação.
Daí era só fazer poses, gestos e
imaginar a mulher que um dia me tornaria.
Hoje, prefiro o brilho de cores lindas
e vibrantes dos esmaltes. Sem vergonha, assumo que o básico me basta e uma
gostosa sensação de liberdade me abraça. É bom se desvencilhar do papel de
maria-vai-com-as-outras, mesmo que a menina que mora em mim às vezes se
aborreça com isso. Mas daí, ofereço-lhe
um colinho, e logo fazemos as pazes.
Continuando pensando em Djavan, não há
muito o que dizer dessa música,,, a não ser que é linda, perfeita...e que me
fez chorar, como agora há uns minutos....
Desculpe o “Q” de presunção na minha
pergunta: Seria eu, a pétala do Djavan?
Quem dera!!!!!
Fique na Paz!
Dilene Germano
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