São como irmãos gêmeos: nasceram no
mesmo dia e hora. Calçam as mesmas meias, mesmos sapatos. E olhando para vocês,
parece que cada um tem identidade
própria. Logo vocês, que dão nome a tanta coisa. Pé de vento. Pé de
moleque. Pé de chinelo. Pé direito. Pé de galinha. Pé de pato. Pé de meia. Toda
fruta tem seu pé. Toda serra também. Tem o pé na estrada. E tem o pé na cova.
Preciso pedir perdão a vocês pelos tantos anos
de sofrimento que submeti a vocês; anos
e anos de sapatos fechados e altos, pela monotonia das botinhas, espécie de
cativeiro para vocês. Por vocês não saberem, por muitos anos o que era uma
pedicura. Pela falta de carinho e atenção. Pelos sapatos altíssimos de bicos
finos, anos a fio. Viviam cativos de minha vaidade. Com o tempo e a maturidade
resolvi que era hora de pedir perdão aos
dois.
Hoje, metidos nas rasteirinhas maras abertíssimas ou mesmo nos sapatos e nas botas de bico arredondado e quase sem salto que lhes dou de presente, vocês parecem muito mais felizes.
Metade dos meus cremes são para vocês.
De 15 em 15 dias dou um trato em vocês com a Luciana, uma carinhosa pedicura e que
pinta suas unhas a lá francesinha . E vocês vibram, né?!!!!!!
Nada como nossos olhos (aliás, com
esses eu também preciso ter uma conversa) para nos fazer enxergar a beleza de
outra forma, dar novo sentido às coisas.
É bom dizer essas coisas a vocês. E
notar o quão nobres, esquecendo o
passado, compreendendo a que ponto chegam as esquisitices femininas.
Vocês
passeiam descalços, até mais do que deveriam. Aprendi a gostar de vocês. São
pequenos, magrinhos, não sei com que pés vocês se parecem.
Com os da Cinderela talvez? Na nã ni na não....
Nem os pés da Cinderela, com seus
sapatinhos de cristal, seriam tão charmosos como vocês, simplesmente enfeitados
com flores!
Um beijo em cada um e essa música abaixo que dedico a vocês, ok?
Fiquem na Paz!
Dilene Germano
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