Cozinhar é de fato, uma arte. É um dom
que alguns seres humanos privilegiados carregam no DNA. Posso até me arriscar
em dizer que faço uma boa comida, mas nada digno de grandes chefs.
Gosto de fazer bolo, às vezes dá certo
outras não. Mas tem uma coisa em seu preparo que não me agrada: untar o
tabuleiro. Nossa! Sujar as mãos de manteiga me trás à tona uma sensação
asquerosa ao recordar. Untar a assadeira
e, por mais que eu lave a mão vinte vezes, aquela textura oleosa não sai por
nada. Isto me cansa. É muito chato ficar tentando tirar uma coisa que não
agrada.
E como temos que fazer isso. Quase
diariamente, a todo instante. Não sei por que somos obrigados a ter de tirar à
força coisas que nos incomodam e tiram nossa alegria. Seria ideal que elas não
existissem. Seria mais fácil e menos desolador.
Algumas situações eu gostaria de apagar
da minha rotina. Ouvir palavras que machucam. Conviver com pessoas
intolerantes, arrogantes e pretenciosas. Cansam os olhos, a alma cansa. Aliás,
meu anjo da guarda deve estar desmotivado ao extremo, prestes a pedir demissão.
Mas eu luto para que ele fique. E sei como ele se sente. Sei bem.
Então, o melhor é sentar, observar e
calar.
Taí… Da próxima vez, vou usar uma luva
para untar o tabuleiro.
E na vida real, usarei o silêncio como
resposta.
Fique na paz!
Dilene Germano
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