Eu sei que em algumas situações faz bem para a árvore, mas quando vejo a equipe de poda de árvores atuando eu fico com muita pena. Me dá uma sensação de mutilação, sabe? Mais parecem mãos de enterrados vivos , como disse o grande Mário Quintana.
Então, vão umas
fotos do antes e depois e um pequeno episódio que aconteceu comigo.
Certo dia, vinha calmamente caminhando
no calçadão , quando fui “marcada” por
um daqueles passarinhos barulhentos do alto das árvores.
Put´s...nem era meu dia de estátua...
ou era? Com certeza não me tomaram por uma obra de Michelângelo, mas por uma dessas de praça mesmo, pichada por
idiotas, esquecida da prefeitura, uma estátua que observa tudo e todos.
Essas cenas do cotidiano me fazem
pensar . Ontem, um tanto chateada, hoje, mais calma passei a analisar o acontecido.
Porque ficar pensando no monte de cagadas dos
passarinhos no calçadão, nos carros estacionados e em mim? Não devo ficar chateada com esses seres, ao
contrário, tenho que admirá-los: tão pequenos, tão seguros, tão independentes.
E a lembrança daquele minúsculo passarinho que antes me parecia tão atrevido,
me fez sentir muito inferior porque pensei que se eu tivesse que viver nas
ruas, bebendo água da chuva, me alimentando de restos, lutando diariamente por
minha sobrevivência, eu não sobreviveria.
E voltando às árvores do calçadão, uma
frase da Cecília Meireles me conforta, aquela que fala sobre deixar-se podar no
inverno para voltar florida na primavera. .. e assim, esperar o retorno
dos alegres e barulhentos passarinhos.
Fique na paz!
Dilene Germano
OI QUE LINDO
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