Você gosta de amora?"
"Gosto" ."Vou contar pro seu pai que você namora."
Brincadeira de criança, quem nunca escutou essa pergunta? Eu escutei e nunca entendi o porquê. Mas agora eu sei e vim contar a vocês.
Brincadeira de criança, quem nunca escutou essa pergunta? Eu escutei e nunca entendi o porquê. Mas agora eu sei e vim contar a vocês.
A história
da amora, da amoreira vermelha, da árvore dos apaixonados, começou com Píramo e
Tisbe. Tratava-se de um casal apaixonado, impedido de amar. Seus pais não
aprovavam esse amor, puro, genuíno… Qualquer semelhança com Romeu e Julieta é…
verdadeira.
“Como
podiam Tisbe e seu amante, se ver, mas não beijar.“[ Thomas Moore]
Inconformados
com a distância, resolveram certo dia fugir. Marcaram um encontro em um campo,
próximo a uma árvore. Sim, uma amoreira branca. Passaram o dia esperando a
noite cair. A felicidade estava por reinar. Estava…
Quando a
noite surgiu, Tisbe colocou um véu e foi ao encontro de seu amado. Ansiosa,
chegou cedo. E enquanto esperava, apareceu por lá uma leoa, sedenta. Sua boca
estava cheia de sangue. Devia ter se deliciado com alguma presa naquele
momento. Ah, do lado da árvore havia, ainda, um poço. E a leoa, estava ali em
busca de água. Tisbe ficou com medo e antes que pudesse virar um banquete, se
escondeu em uma caverna. No auge de sua fuga, deixou cair o véu.
A leoa,
então, matou a sede e foi de encontro ao véu. Com uma só dentada, o
estraçalhou. Viu que dali não teria nada. Largou o pano, cheio de sangue e
seguiu seu rumo. Logo em seguida, chegava Píramo ao local e avistava o véu.
Todo em pedaços, banhado em sangue… Chorou. Chorou pela suposta morte de sua
amada. Não podia ser. Se em vida não podiam ficar juntos, a morte deveria os
unir. Sacou a espada e a enfiou, com gosto, em seu peito. O sangue espirrou e
pintou as amoras. Era a paixão, dando vida à amoreira.
Tisbe percebeu
que já estava protegida e voltou ao local do encontro, pra contar ao amado
sobre sua aventura. Quando chegou, encontrou Píramo morto. Achou que ele havia
sido assassinado, mas logo avistou a espada. Chorou. Se lamentou e se uniu ao
mesmo pensamento do jovem morto. Se apenas a morte podia uní-los, então… se
matou. Era o amor, unindo dois corações apaixonados e dando um sentido para
aquela árvore frutífera, antes branca, depois vermelha.
Lindo, né?
Eu amei. Agora a brincadeira da amora faz sentido. Agora, o amor faz sentido.
Obrigada, Píramo e Tisbe. Muito obrigada…
È por isso
que gosto tanto dessas frutinhas!
Para mim, amora é aquela fruta que não se
compra, é bom mesmo, no pé. As
melhores estão no alto e como a mais
destrambelhada de todas as pessoas resolvi subir no pé, disputando com os
passarinhos. E quanto mais colhia, mais outras amadureciam
para o dia seguinte. Um deleite.
Como diz Camões: “As amoras, que o nome tem de
amores”
Fique na
Paz!
Dilene Germano
Nenhum comentário:
Postar um comentário