Já vi muita gente deixar a carne do
prato para comer por último. Comer a massa da empada ou do pastel em primeiro
lugar. Com certeza eu também já fiz isso. Quantas vezes comprava uma roupa nova
e separava para uma ocasião especial, geralmente ela nem existia ainda, mas se
um dia aparecesse lá estaria. Costumava separar minhas roupas em roupa para
sair, para trabalhar e para ficar em casa, era inconcebível usar uma blusa
novinha em folha para ir trabalhar, “gastar a roupa”? De jeito nenhum! Tinha
uma mania boba de achar que a melhor parte deveria ser deixada para o último
instante, acreditava que assim, fecharia com chave de ouro qualquer
acontecimento deixando o melhor para o fim.
Hoje não faço mais isso, uso roupa de
sair para ir ao supermercado, ao banco enfrentar a fila da senha, não faço
planos longos demais, se eu tiver que viajar, fecho os olhos e aponto o mapa,
trabalho, não muito e nem pouco, o suficiente para que possa viver bem. Gasto
meu dinheiro com coisas que me dão alegria, com pessoas que me fazem bem, os
banqueiros não dão a mínima para mim, apreciam apenas conta bancária. Enfim,
vivo cada dia, cada segundo, de modo que ele dure o tempo suficiente para que
tenha valido a pena, para que eu tenha ao menos deixado algo de bom!
Então, gente bonita, você pode achar que as massa das bordas do
pastel é o mais gostoso, aliás as bordas são também importantes, senão o que
seria do recheio, não é? Enfim coma o que quiser quando sentir vontade, e se o
recheio é a melhor parte, então, coma primeiro. O importante é viver com
harmonia com as loucuras desse mundo sem nos estressar, sem nos esquecer de
viver as coisas boas da vida. Afinal, o poeta e filósofo Horácio desde os anos
20 a.C., aproximadamente, já nos dizia: “carpe diem quam minimum crédula
póstero” (colha o dia, confia o mínimo no amanhã). Isso é o que desejo!
Fique na paz!
Dilene Germano
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