sábado, 22 de outubro de 2011

MANHÃ CHUVOSA

Manhã de chuva. Não aquela chuva anunciando enchente, mas aquela chuva que lava a alma e deixa a vida mais limpa, preparada para receber boas coisas.
Água do céu que limpa o desânimo.
Água da mãe natureza que teima em fazer nascer a flor no solo árido.
Chuva que não castiga, só dá uma mãozinha às árvores, fazendo com que elas possam exalar o cheiro da natureza na cidade.
Chuva boa que anuncia os tempos de sol, de verão.
O tempo abafado ganha uma brisa gostosa, com cheiro de mato novo.
Parece poesia? È, na verdade, só um outro jeito de ver pela janela mais um dia .
Olhe pro céu, olhe pro alto  e você verá poesia na chuva.
Porque se você olhar reto e enxergar a rua, vai parecer que  é feito de ferro e quando chove, enferruja. Bastou umas gotinhas e... pronto...ai do meu cabelo!!
Quer saber?!... Esta manhã chuvosa, vai ser muito, muito gostosa...
Fique na paz!
                Dilene Germano

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

MEU OLHAR DE “VÓ” PARA YURI
Mesmo distante, olho para você Yuri, neste dia e em todos os outros e vejo a riqueza que a vida me trouxe, embora saiba que não seja meu, e sim do mundo.
Hoje é o dia da criança, uma data instituída, e eu não quero poemas ( não tenho competência para isso), músicas ou frases feitas, para “olhar” você.
Não vou e nem posso olhar para você como mãe, mas como “vó” que é a maneira carinhosa de você me chamar.
Outro dia, li uma frase que dizia: “uma avó é uma mãe com açúcar.”
Realmente, como avó, olho para você de um jeito diferente, o que não significa mais ou menos amor do que senti por meus filhos, mas um olhar que trás mais compreensão, mais flexibilidade, mais permissão, mais disponibilidade. Deixo você fazer coisas que não permiti que meus filhos fizessem. Por que é que eu deixo você , por exemplo, dormir entre eu e seu avô, se não permiti isso aos meus próprios filhos? Por que acho seus desenhos maravilhosos, criativos e perfeitos? Eles só não estão numa Exposição de Arte porque você não quer, não é mesmo? Michelângelo que se cuide, pode perder o pódio para você, com certeza!!!
Não justifico essa diferença alegando que hoje estou aposentada, tenho mais tempo livre, sou velhinha (ainda mais essa) e não tenho mais nada para fazer. Pelo contrário! Continuo trabalhando (e muito), não obro mão de uma boa leitura, quando possível gosto de dançar, faço caminhada, pilates, navego na internet, tenho amigos no facebook, cudo de mim e de quem precisa, tenho contato com coisas novas e por aí vai...Não me sinto aposentada da vida.
É que meu olhar de “vó”, é baseado na predominância de amar e não na responsabilidade de colocar limites, apenas procuro respeitar as regras estabelecidas por seus pais.
Então, meu olhar para você, Yuri, é “ olhar com mel”, é um olhar com mais segurança e maturidade. É um olhar que reflete um estágio diferente de minha vida , talvez um olhar de quem vai se despedindo de uma fase para voltar e ser criança na próxima.
Yuri, você é um presente que me faz esquecer que outras crianças amadas se foram, amenizando a saudade.
Onde estão aquelas primeiras crianças amadas?
Estão nos adultos que são meus filhos. Adultos que tem sua vida, que tem sogro, sogra, amigos,esposa, emprego, casa, responsabilidades, contas a pagar, problemas a enfrentar... 
Então, você veio trazendo alegria e a sensação ilusória de que não estou envelhecendo.
Você é percebido como um presente e uma chance de exercer a bondade como uma pessoa que ganhou em sabedoria e tranqüilidade.
Olhar para você, é olhar minhas crianças que partiram, sentir que elas se foram, mas o amor , este jamais se foi, pelo contrário, se expandiu.
Que Deus o abençoe sempre. Um beijo bem açucarado da “ vó”,
                                                          Dilene Germano