segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

VIRADA DO ANO


Um novo ano está próximo. Um ano se finda e logo outro se inicia. E nesse ciclo do “ir” e “vir”... o tempo passa e como passa!
Nós que “já viramos o século” e vimos tantas mudanças na sociedade, tivemos anos dourados, anos de chumbo, anos rebeldes....  Criamos nossos filhos em meio à turbulências, ficamos perplexos diante de atitudes absolutamente contraditórias de nossos iguais, guardamos em nosso peito um otimismo, uma esperança igualmente absurdas nesta época do ano...
As luzes que brilham pela cidade, brilham também aqui, em nossos corações, em todo natal....
Simplesmente porque.... Amamos!
E desejamos amar de tal forma que aguardamos a época em que todo o planeta emana essa energia fantástica, poderosa, no mesmo dia, em alguns locais, na mesma hora para desejar que sejamos felizes, descomplicados e unidos como uma família. Família... O maior bem que podemos cultivar, e que está e estará ao nosso lado nos momentos em que talvez ninguém mais esteja....
Que o amor floresça em nossos corações. Que as pessoas sejam capazes de fazer o bem sem olhar a quem, para receber o bem sem saber de quem. Que o respeito seja a moeda essencial nas relações humanas. Que a ética e a moral sejam rotineiras em nome do bem coletivo. Que tenhamos olhos para  as conquistas abstratas, para a renovação dos valores e das prioridades.

                              Fique na Paz!
                               Dilene Germano


sábado, 24 de dezembro de 2011

QUE O NATAL E O ANO NOVO ESTEJAM DENTRO DE VOCÊ!!!






 A cidade muda para receber o Natal e o Ano Novo. E nessa época, admirados, nos fazemos a seguinte pergunta: O quê, já chegamos ao fim do ano?
As luzes , a agitação, nos faz apostar todas as nossas fichas na esperança: de eternizar uma idéia no trabalho, no nascer do sol, no sonhar um mundo melhor.
 Já se diz que “ a esperança é a última que morre”, mas torço para que ela não morra nunca, pois sem ela o mundo perde o brilho e a cor .E com essa esperança, somos nós que podemos fazer a vida diferente, começando por enxergar diferente.E por que não  fazermos um Natal e um Novo Ano também diferentes?
Para início de conversa, que tal trocarmos a tradição européia do Natal e inserirmos as nossas características brasileiras? Ao invés daquelas comidas calóricas, caras e muitas vezes indigestas da ceia natalina, podemos utilizar um cardápio mais tropical, mais de acordo com nossa realidade, pois além de ser mais barato e´ também mais saudável.E que nesta hora, se faça presente aqueles que sem condições, aguardam um gesto samaritano.
Nossa Árvore de Natal, não seria enfeitada com algodão sugerindo neve, em pleno verão de dezembro. Que tal um simples coqueirinho, onde cada enfeite represente a alegria de estar junto, de compartilhar? E que depois não seja guardado num armário qualquer , mas que continue à vista e conservado como o verde da esperança.
Substituiríamos as músicas  natalinas como “ Jingle Bells”, “White Christmas”  etc, e deixaríamos tocar por exemplo a música de Gonzaguinha , “ O que é? O que é?      : “ Eu vivo com a pureza das respostas das crianças”... E de Ivan Lins, “ Depende de nós” : “ depende de nós , quem já foi ou ainda é criança que acredita ou tem esperança .Quem faz tudo pra um mundo melhor” ...
Taí, fazer um Natal com a nossa cara não é tão difícil. Depende de mim, de você,de nosso olhar de fé, de alegria, de olhar a vida.
 Olhe sua árvore de natal e outras flores plantadas no vaso e que ás vezes nem se deu conta, olhe seu filho, seu amigo, seus pais, seus animais, as pessoas ao seu redor.
 Olhe os idosos num asilo, onde muitas vezes esperam o tempo passar sofrendo o abandono da família.
 Olhe o Menino Jesus do presépio, e que Ele  seja visto em cada criança , pobre ou rica, negra, amarela ou branca, sadia ou doente e que seus verdadeiros presentes seja a vida ‘ que é bonita, é bonita, e é bonita”.
 Olhe o seu coração, para que ele se torne uma manjedoura , aberto ao outro, acolhendo, abraçando, acarinhando e acendendo a esperança de um futuro melhor, onde o Pai Nosso  esteja na festa do pão de cada dia.
Que esta data seja celebrada por toda a família,  não só com vinhos e comidas típicas, mas também, com os sagrados  laços da leveza do coração,da bondade, da simplicidade, da sinceridade e do amor transparente.
 Que o presépio não só represente o nascimento de Jesus, mas também o renascimento da criança alegre, sincera, amorosa e confiante que ainda vive em nós, que saiba sempre agradecer a Deus a grandiosidade de Seu Amor Eterno, Soberano, Infinito e Gracioso , e festejar no coração, o nascimento de Seu Filho Amado e nosso Salvador todos os dias de nossa vida.

Um Natal de muita Paz!
                                       Dilene Germano

sábado, 17 de dezembro de 2011

NAS MESAS DE NATAL ESTÃO SOBRANDO CADEIRAS...

   O fim do ano se aproxima e com ele, mais um Natal. E fiquei pensando: com as mudanças que ocorreram no mundo, e em minha vida, o Natal também foi mudando.  
Olhando as cadeiras sobrando ao redor da mesa, reportei-me à casa de meus pais, em tempos que já vão longe, e fui buscar no passado alguma coisa para resgatar esses momentos mágicos. Nem que sejam as lembranças da criança que fui e que muitas vezes parece que ficou lá adiante, mas quando eu procuro bem, continua muito viva dentro de mim.
Comentando com minha irmã sobre esse tema, ela me disse que era saudosismo. Não sou saudosista, nada disso. Às vezes lembro-me de coisas e falo disso, e como Neruda, “Confesso que vivi” e gosto de saber que vivi, recordando.
 Saudosista eu? Nem por isso...
Até os dez anos, o Natal tinha um gosto incrível de festa inigualável. Eu aguardava o ano inteiro por esse sonho e quando a noite chegava, meu coração quase explodia de felicidade! Tudo era maravilhoso na simplicidade da vida que levávamos!
A árvore na pequena sala de nossa casa era um arbusto plantado numa lata e as bolinhas coloridas eram tão delicadas e raras, que todo cuidado era pouco para não quebrá-las. Embaixo dela, alguns cartões de natal que recebíamos e guardávamos com especial atenção!
Num cantinho, armávamos um pequeno presépio de figurinhas desenhadas em papelão. Não havia neve, porque o algodão era muito caro e só era encontrado nas farmácias. Mas isso não constituía um problema, substituímos por sininhos de papel colorido. Nosso maior cuidado era com a estrela na ponta da “árvore”: tinha que ser brilhosa, afinal era o símbolo do nascimento do Menino Jesus!
 Toda a  história da “vida de Cristo”, eu havia aprendido no catecismo e não podíamos esquecer de destacar o  aniversário Daquele que nasceu para nos salvar!
Na nossa mesa nada de muito especial, mas minha mãe se desdobrava para fazer dela o centro da festa. Dela saia um aroma incrível de frango e pernil assados, maionese (última novidade em culinária), macarronada, tutu e pastel frito. O ponto alto eram as famosas rabanadas, o pão do céu!
Nesse encontro alegre e carinhoso, chegavam familiares, vizinhos, amigos... Era tanta gente que,...  na mesa faltavam cadeiras...
Lá pela meia-noite, os adultos iam para a missa do galo. Era a hora de dormir. Meu pai, com olhar misterioso, vistoriava os sapatinhos atrás da porta do quarto. E quando  ia me deitar, tentava me manter acordada para pelo menos daquela vez, ver Papai Noel depositando o tão almejado presente.
 E dormia, com certeza, embalada pelos anjos e o Menino Jesus!
 Ao acordar bem cedinho, na manhã de Natal, era uma alegria só: corria para o meu sapatinho para ver se Papai Noel havia se lembrado de mim. Eu tinha algumas dúvidas, pois havia feito algumas travessuras durante o ano. Por conta disso, escrevi várias cartas pedindo perdão e prometendo  ser uma boa menina.
Bem, pelo visto, Papai Noel me perdoara, pois meu presente lá estava! Depois de desembrulhá-lo, corria para a rua onde a criançada compartilhava bonecas, carrinhos, bolas, panelinhas, etc.
Os presentes geralmente eram pequenos e baratos, pois na minha rua, as famílias não tinham muitos recursos.
Quase sempre, eu e minha irmã ganhávamos bonecas simples, mas recheadas de amor, partilha e esperança! Não tinham cabelos como eu queria, mas tinham sapatinhos!
Anos mais tarde, soube que papai Noel não existia, que era uma história mal contada. E só me convenci e caí na real, quando percebi que Papai Noel dava os melhores e mais caros presentes aos filhos dos ricos e que muitas crianças pobres nem sequer recebiam. Se Papai Noel era o “bom velhinho” como é que ele podia fazer isso? Então, era melhor que ele não existisse mesmo!
Foi triste, mas nada que pudesse me deixar traumatizada no futuro. Aliás, naquela época, o futuro não tinha a menor importância para mim, o que eu mais queria estava presente: a família, os vizinhos e minhas coleguinhas.
Apesar de todas as comemorações, o Natal, não era uma festa que passava, não era um ano que acabava, era Jesus nascia .
Hoje, os natais não são os mesmos. A árvore é de plástico reluzente, as velas são ligadas nas tomadas, as festas se tornaram grandes promoções comerciais com  anúncios  cheios de ding dings, blen, blén, bléns, pisca-piscas.Mas o que querem mesmo é nosso 13° !
A cada ano, percebo que alguns enfeites se quebram, algumas tradições diminuem ou se acabam como se estivessem antecipando seu desaparecimento e anunciando a sua condição de memória futura.
Nas manhãs de Natal, as crianças se fecham em suas casas com seus celulares “faz-de-tudo”, seus vídeo-games e outras parafernálias eletrônicas. Sozinhas curtem o presente que pode até ser pequeno, mas que é de grande valor monetário.
 Quando a festa de Natal acaba, é mais uma festa que acabou, é mais um ano que passou.
 Recebemos mensagens natalinas via facebook, twitter, Orkut, MSN, celulares. Vemos e conversamos com familiares e amigos pelo skype  e... nas mesas de Natal estão sobrando cadeiras...
Mas nem tudo está perdido, ainda existem pessoas – não me atrevo a dizer que é a maioria – que se lembram do Aniversariante e fazem pelo menos uma prece silenciosa.
Desejo a todos independente das circunstâncias, um Natal de humanas e merecidas alegrias mas, acima de tudo um toque de alegria pura e transcendental comemorada pela presença de Jesus  em sua mesa: o mais importante alimento para seu corpo e sua alma!
Fique na Paz!
                    Dilene Germano

 


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

MINHA CACHORRINHA DIANA




 “ O dinheiro compra um belo cão, mas não o balançar de sua calda.” ( Josh Biilings)

Amizade não se vende e nem se compra. Esse conceito é verdadeiro entre pessoas. Mas em se tratando de amizade entre humanos e animais de estimação, amizade também se compra. E foi justamente por esses dias que meu marido comprou  um casal de pavão e um  casal de cães da raça “ Blue Heeler”, cães boiadeiros para levar para o sítio..

Há muito tempo que eu queria uma cachorrinha, mas havia uma grande resistência de sua parte. A sabedoria popular sempre disse: o mundo dá  muitas voltas. E é verdade, em cada volta, algo pode mudar. E numa dessas, meu  marido aceitou a cachorrinha para ficar em casa.

E assim, chegou a Diana. Dócil, já é minha amiga, inteligente, aprende rápido ! E como amiga diferente, eu procuro respeitá-la o máximo possível como animal que é. Não gosto de enfeitá-la com pedrinhas, laçinhos, roupinhas, etc, coisas assim, que cabe aos humanos. Prefiro manifestar minha amizade de outras formas, através do cuidado e de muito amor. 

É uma frase batida e antiga, mas é muito verdadeira: o cão é o melhor amigo do homem. Muitas vezes um animal de estimação é muito mais “ gente” do que muita “gente” por aí.... A irracionalidade dos bichos , vale mais a pena que a racionalidade de alguns humanos.

Infelizmente, grande parte das relações entre o homem e o cão, não decorre da fidelidade animal e muito menos da memória remanescente de 15 mil anos, iniciada pela fêmea humana do Paleolítico Superior.

Éramos ainda feras e já nos acompanhavam “ animais de estimação” na longa jornada rumo ao desenvolvimento. Falo em desenvolvimento e me pergunto se realmente nos evoluímos. A mesma inteligência que nos faz diferentes da Diana também não respeita a natureza, mente, trapaceia, engana, finge, faz guerra, fabrica bombas, mata por matar.

O  “pessoal” da Diana, não. Eles se defendem . Ou tentam. Quando atacam, não o fazem deliberadamente. Não são predadores, não possuem esse instinto.
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O convívio com um cão pode mudar nossa vida para muito melhor. Ele interage conosco  oferecendo carinho , atenção, e muitos benefícios físicos, sociais e emocionais. Por isso, quem tem um cãozinho ou qualquer outro animal de estimação torna-se responsável pelo bem- estar desses bichinhos.

Hoje, passado algum tempo,  com muita tristeza, escrevo o resto de minha história com Diana. Na vida precisamos  fazer escolhas. E devido a doença e os cuidados com minha mãe, não havia condições de Diana permanecer em minha casa. Então, ela foi levada para o nosso sítio, onde eu poderia vê-la sempre que possível .

 Era sempre uma festa na chegada e uma tristeza na saída, de ambos os lados. Como ela me fez falta! Companheira, amiga amorosa, terapeuta!

E agora, Diana não mais existe, foi mordida por uma cobra venenosa e não teve jeito. Foi difícil! Estou sentindo muito a falta dela, principalmente de sua fidelidade e lealdade que fazem parte do amor incondicional do fiel.Coisa de melhor amiga mesmo!

O que acho importante é que o amor de um cão é incondicional. E acredito que a minha Diana vai sempre estar do meu lado... em qualquer situação.

Você foi muito bem vinda, nosso convívio não durou muito, mas sua lembrança permanecerá em meu coração!

Dilene Germano