segunda-feira, 29 de julho de 2013

MEU DOCE E BAGUNÇADO LAR (Dilene Germano)

 Casa tem que ter cara de gente . E é verdade. Pode ter as janelas constantemente abertas ou fechadas para não entrar poeira. Ser barulhenta ou silenciosa. Ter tapetes, cortinas ou nenhum dos dois. A minha por exemplo! Ela andou mudando de cara.  Quer ver? Antes, sempre tinha um pé de chinelo largado fora do lugar. Um copo sujo em cima da pia. Um pacote de biscoito amassado no sofá. Brinquedos nos quais volta e meia eu tropeçava. Uma roupa usada pendurada numa cadeira. Fotos de avô, avó, tio, filhos, netos... Uma flor de plástico, meio empoeirada que por muito tempo, nunca tive coragem de jogar fora e nem sei bem o porquê. Coisas fora do lugar. E a famosa toalha molhada sobre a cama!
Já fiz muita cara feia por causa disso, por perder tempo arrumando tudo. Hoje compreendo que essas pequeninas coisas são os nossos vínculos. É a nossa história. Meus filhos não estão mais comigo e os quartos deles estão sempre arrumadinhos e limpos, esperando a visita deles. È o preço da faxina...Caro demais: distância...saudades! Prefiro a poeira, a desarrumação, as tarefas por fazer , mas ter meus filhos, nora e neto do meu lado. 



 No período de férias, minha casa passa a ser o lugar gostoso para viver do nosso jeito, como antigamente. Por isso, minha casa volta a ser cheia de calor humano, de alegria...Estou feliz com todos eles por perto.Tem gente que chama isso de lar!Eu chamo de lar doce e bagunçado lar!

 Charles Chaplin costumava dizer que a vida é uma peça que não permite ensaios. E um dos poucos momentos que relaxamos de verdade pra sermos 100% nós mesmos, é quando chegamos naquele palco conhecido ...a nossa casa! É no aconchego do lar doce lar que podemos tirar as máscaras e sermos nós mesmos: com a cara de nossa casa.
 Que alívio!
São essas e outras coisas que provam que em minha casa vive gente de verdade!

Fiquem na paz!
Dilene Germano


segunda-feira, 8 de julho de 2013

UM ENCONTRO COMIGO...(Dilene Germano)

Marquei um encontro comigo. Um encontro bonito para colocar em dia os momentos comigo mesma. E me apaixonei por mim, mesmo com tantos e inúmeros defeitos, pontos de interrogações e reticências.
Foi um bonito encontro, onde abri a alma e fiz nela um novo contorno com caneta colorida e muita purpurina!E fiquei iluminada!!!!!
Então, não quero saber e nem me preocupar se tem luz no fim do túnel: quando entro nele já acendo a minha!
Fique na Paz!
Dilene Germano


domingo, 7 de julho de 2013

TRABALHADORES DE ALMA (Dilene Gernano)


Luz vermelha! Hora do show!!! Eles entram em cena. Os carros param, uns motoristas esperam pacientemente pela hora de partir, outros nem tanto, enquanto pessoas anônimas ocupam a faixa de pedestres com o intuito de entreter. São apresentações que duram segundos até o surgimento do sinal verde.

Há vários dias tenho observado algumas pessoas que mostram suas habilidades  no semáfaro perto do Ciep próximo à rodoviária. São malabaristas, mágicos, palhaços, artistas que escolheram a rua como palco. Basta um sorriso, um incentivo para que, no dia seguinte, lá estejam novamente.


O espetáculo não tem hora marcada, com fantasias ou com roupas características, cada um mostra seu rosto, sua criatividade. Sem pedir nada em troca, circulam entre os motoristas á espera de doações em dinheiro em retribuição ás suas performances.

Alguns os vêem como artistas que propõem diversão e relaxamento, outros como vagabundos ou mendigos que deveriam ser expulsos desses cruzamentos. E ainda outros que nem sequer os notam. 
Quais seriam suas histórias? Não é nada fácil trabalhar na rua e se sujeitar ao desrespeito de muitas pessoas. Eu entendo que são artistas – desde que não haja coação e a contribuição for espontânea não vejo problema.
 Existem tantas outras  pessoas cujo trabalho nos fazem rir, brincar, emocionar, entreter!
Imagina um interprete, um músico, um ator, um poeta, um escritor, um maquinista de um brinquedo num parque de diversão, um barman,um atleta, um garçon, um chef...Eles trabalham para que as pessoas possam se divertir, se emocionar, ter bons momentos...um trabalho que gratifica pelo sorriso do outro, a emoção do outro.
São realmente artistas...São trabalhadores de almas, de emoções!
Fique na paz!
                       Dilene Germano    


quinta-feira, 4 de julho de 2013

ABRA A FELICIDADE QUE VOCÊ TEM AÌ...(Dilene Germano)


Como disse o poeta Tom Jobim.”a felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor, brilha tranquila, depois de leve oscila, e cai como uma lágrima de amor.”
Pois é, aprendemos a sonhar com uma grande e infinita felicidade, mas ao contrário, ela é a soma de pequenas coisas e não é duradoura.É como se estivesse num vidrinho e fosse distribuída a conta gotas de momentos  e situações felizes.
Por exemplo: gotinhas em forma de um por do sol, de um beijo, de um abraço, de um bom livro, de um afago de mãe, de um chocolate, de um carinho de filho, de uma maiga que faz rir, de encontrar uma vaga para o carro, de não ter fila no banco, de um perfume, do cachorro-quente do Noel, as boas lembranças. Enfim, de momentos em que sentimos um incrível bem-estar.
Não atrele sua felicidade à palavra “quando” : quando eu ganhar na mega sena, quando eu passar no concurso, quando encontrar o amor da minha vida. Porque de quando...em quando...você vai se esquecendo de ser feliz hoje.
E nem à palavra “se”.Tem tanta gente no mundo achando que só vai ser feliz se ganhar na loto, se ficar famoso...se emagrecer 19 quilos...se ganhar 30% a mais ...se casar  com aquele cara...se isso...se aquilo...E por aí vai...
Aprendemos a pensar em felicidade como uma finalidade, como algo que a gente só encontra no futuro e não no presente. Culpa de anos e anos de contos de fadas: no presente temos que enfrentar bruxas, dragões e madrastas más e no futuro, viveremos felizes para sempre!
Não é bem assim! Às vezes a felicidade está bem mais perto do que se imagina!
Você ainda espera o príncipe encantado para ser feliz? Que falta de lógica!! Até porque muitos súditos são bem mais interessantes que “suas majestades”! Quer ver? Bradd Pitt ou príncipe Charles da Inglaterra?
E não conseguiu encontrar a felicidade nos braços do amor de sua vida, mesmo não sendo um príncipe ou um sapo? Ah, já sei! Você só se considera feliz no plural, não é mesmo? Bobagem! Pode ser feliz também no singular, mesmo não estando acompanhada.
Então? Pegue sua calculadora e vá somando as pequenas felicidades que você tem aí, porque as pessoas só conseguem ser irritantemente felizes o tempo todo em redes sociais. E lá no fundo, a gente sabe que não é real.
“ A felicidade voa tão leve, mas tem a vida breve, precisa que haja vento sem parar...”
Fique na Paz!

Dilene Germano