sábado, 31 de março de 2012

COM QUEM FICA O PRESENTE?

“Se alguém lhe dá um presente e você, por acaso, recusa, de quem é o presente? Quando alguém lhe oferece ódio e rancor e você não aceita ser o receptáculo de tanta amargura, com quem fica o sentimento no fim das contas?
Essa frase de Miguel Falabella, durante um capítulo da novela Aquele Beijo, lembrou-me de certas situações em que temos que engolir cobras, lagartos e afins , como também a história da sabedoria de Buda.
Buda estava debaixo da árvore do esclarecimento quando alguém  que tinha ouvido falar que  era uma pessoa iluminada, veio para testar o seu autocontrole. Ele ficou em frente a Buda e começou a xingá-lo, chamando-o de todos os nomes possíveis e não houve nenhuma reação por parte dele.
Algum tempo depois essa pessoa cansou-se e foi embora, descansou um pouco, voltou e começou novamente. Ofendeu sua família e proferiu todo insulto que pode pensar, mas ainda assim, não houve nenhuma reação. Ele ficou bem cansado e então perguntou a Buda: “ Eu o estou  difamando de todas as maneiras que eu posso pensar, e ainda assim você não diz nada?
Buda olhou para ele e disse: “ Se alguém lhe dá um presente, e você não o aceita, com quem, fica esse presente?
É um belo exemplo essa história: manter a neutralidade dentro do “lutar”, ou seja, usar  a força do ofensor contra ele mesmo.
Mas hoje em dia é difícil encontrar quem tem sangue frio pra aceitar tantos desaforos e ficar calado. Apesar de difícil, não é impossível. Lembre-se dessa sábia lição: só você , e mais ninguém, pode permitir que alguém lhe roube a paz ou perturbe sua tranqüilidade.
O suave vence o duro, devemos ser como a água, moldável, que não confronta, que segue o fluxo natural das formas. E por isso pode estar em qualquer lugar.
Jesus disse que só lobo cai em armadilhas para lobo. Deixe que as provocações fiquem com quem lhe oferece. Vá mais além, cultive a força interna para que ela possa tocar o coração do seu ofensor. Essa força chama-se Paz! Pense nisso!
Então, fique na Paz!
  Dilene Germano


segunda-feira, 26 de março de 2012

ÀS VEZES...

ÀS VEZES...

Gosto de escrever sobre coisas positivas, manter um alto astral, o poder do sorriso e coisas um tanto coloridas.
Às vezes me pego de saco cheio, triste, com raiva, decepcionada, com saudades...sem muita paciência para o querer-poder-conseguir.
Às vezes é preciso encarar os cacos e as interrogações...mas é só às vezes...Ainda bem!  

Fique na paz!
                         Dilene Germano




segunda-feira, 19 de março de 2012

NÃO CORRA ATRÁS DAS BORBOLETAS


“ O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você.”
Muitas pessoas não seguem este pensamento, preferem correr atrás das borboletas, mas quanto mais a gente corre atrás delas, mais elas fogem! Assim, tentamos fazer com as pessoas: corremos atrás delas como se fossem algo pela qual não conseguiríamos sobreviver. E não percebemos que para ser feliz com outra pessoa , não podemos em primeiro lugar, precisar dela.
É bom percebermos também, que aquele alguém que amamos, ou achamos que amamos, pelas suas atitudes, não nos ama definitivamente.
Quem fica numa relação amorosa que só faz mal, por dependência emocional, financeira, pelo medo da solidão( que confundem com desvalorização da mulher), não gosta de ouvir a verdade, porque se sente impotente para pular fora e recomeçar sua vida sentimental em bases saudáveis.
O pior é que, qualquer desculpa vale para não ter que encarar a realidade: frustração, carência, decepção, tensão, solidão, insegurança. E isso, pode levar ao sentimento de rejeição até à depressão.
Uma  relação baseada numa rotina de  erros e pequenas mortes diárias não funciona.É muito perigoso mergulhar em alguém muito raso.
É hora de começar a perguntar e de preferência na frente de um espelho: “Dos seus relacionamentos, quais foram as ocasiões em que verdadeiramente  você foi modificada para melhor? Será que você é a lembrança doida na vida de alguém? Será que você já construiu cativeiros? Ou será que já viveu em algum?!Será que idealizou demais as pessoas e por isso perdeu a oportunidade de encontrar situações e pessoas certas? Mas, quais forem as suas respostas, não tenha medo delas, pois você estará se descobrindo como  pessoa. Lembre-se,  as perguntas são pontes que nos favorecem travessias” ( Pe. Fábio de Melo) .
È hora de repensar, atravessar as pontes e  ...cair fora!
 Não é difícil: tente o primeiro passo! A escravidão jurídica acabou no século XIX, depois de muita luta e conscientização.
Dê o segundo passo! Nunca abandone os amigos, a família, por maior e melhor que seja o seu relacionamento, um dia pode precisar deles.
Dê outro passo, talvez o mais importante! Ame a si mesma.
E durante a travessia, reveja sua vida, vá à luta, e comece a comemorar o fim da escravidão psicológica, que só um relacionamento mal escolhido pode acorrentar.
O  que nos diz Clarice Lispector, é pura sabedoria: “ Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer nada. Por isso digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce ou não espontaneamente, mas nunca por força da imposição.(...) Os sentimentos nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Assim, repito: quando tivermos feito tudo  para conseguir um amor e falhado, resta-nos um só caminho: ...o de não fazer nada.”
Agora digo eu: quando bater o cansaço emocional, “ chute o balde”: entre numa academia, corte o cabelo, gaste parte de seu salário num shopping.
 Já é hora do renascimento do seu amor próprio: incorpore o Michelangelo ou da Vinci, faça de você uma obra prima, olhe-se no espelho,  capriche na produção, vire uma nova mulher e mostre isso ao mundo!
  Regue, cultive e plante no jardim de sua mente, flores agradáveis aos olhos e ao coração, isto é, seus momentos felizes. Com certeza as borboletas virão até você simbolizando um grande e verdadeiro amor: o “ alguém de sua vida”!
Fique na paz!
                         Dilene Germano

domingo, 11 de março de 2012

68 ANOS: CORPO E EXPERIÊNCIA DE 68


Estou no patamar de meus 68 (sessenta e oito) anos, saudáveis e bem-vividos vale reconhecer. Já me assustei com isso, mas hoje, me acostumei com a idéia!
 Não me considero uma mulher “ sessentona”  com a cabeça e o corpo de 30. Voltar aos 30 anos? Nem por um decreto. Não faz sentido. E as limitações próprias dos 60 anos? Não teria a sabedoria para conviver com elas.
E se  não pude me furtar, por exemplo, da osteoporose física, procuro não desenvolve-la na alma. Na medida do possível, tento pensar positivo, ler um bom livro, ouvir uma boa música, não assistir noticiários de determinados telejornais, e principalmente aprender a renovar minha mente.
 Tomei para mim, o exemplo das águias. Aliás, essas aves são surpreendentes! Veja só quanto podemos aprender com elas! A águia  vive 70 anos, e renovar para ela significa renascer. Aos 40 anos, a águia troca de bico, as unhas e as penas, transformando sua idade em força pura, alçando vôos vitoriosos e imponentes por mais “ uma vida inteira”.
 Aprendi também que a tal da compreensão  é uma coisa que só muitos aniversários nas costas nos dá.
 Gente, como é bom compreender! Isso tem um valor inestimável: são as perdas e também os ganhos, os problemas e também as soluções, as tristezas e também as alegrias. São situações de 8 ou 80, emoções confusas que me forçam a equilibrar a balança.
O sentido da compreensão foi acordado em mim, através das pessoas que povoam meu caminho e que me fazem mais “ mole” e ao mesmo tempo mais forte.
 O difícil é lidar com pessoas incompreensíveis. Ah! Se elas soubessem que o reverso da  moeda é muito mais fácil e compensador!
 A questão da maturidade se tornou mais clara para mim. A maturidade não tem nada a ver com as velinhas sopradas no bolo, isto é, com o tempo, e sim, com as mudanças de atitudes. Acho que ela se refere às bagagens e às experiências que já passei e o que aproveitei para tirar algo delas. Por exemplo: entre outras coisas, aprendi a não repetir os erros; a conviver em paz com o que não posso mudar, e se não posso mudar os fatos, tenho que ser modificada por eles; a me sentir sedutora sem precisar provar isso para ninguém; a gostar de ser chamada de bonita e inteligente, mas não necessitar desses elogios para satisfazer nenhum complexo de narciso.
Outro lado positivo de ter décadas de experiências, é que posso “ enlourecer” à vontade, sem ter que ouvir  piadas preconceituosas da “ loura burra”.Alguém já disse que mulher não envelhece, enlourece.
 A mídia que me perdoe pelo culto à juventude, mas assumo plenamente a minha idade, sem complexos, sem saudosismo, mas também sem entregar os pontos. Já li alguma coisa sobre o ser humano ter duas idades: vivo ou morto. E por enquanto estou vivíssima.
Mas tenho minhas limitações: osteoporose, menopausa, não devo comer muito, evitar bebidas alcoólicas, os hormônios desapareceram e a consciência de que meu corpo é perecível.
Sobre minhas rugas gravitacionais, nem me passa pela cabeça desafiar a lei de Isaac Newton. Não há como ignorá-la, é implacável, puxa tudo para baixo, sendo  minhas partes mais moles as primeiras a sofrerem a ação demolidora. Mesmo porque, nada revoga esse fenômeno da física!
 Leio o livro de minha vida com bom humor, sem sofrer na busca pela juventude, muitas vezes, rindo de mim e para mim. Aos 50 anos resolvi “ tombar” meu corpo como patrimônio histórico de minha vida, e como tal, precisa ser preservado.
Graças aos avanços da medicina e até mesmo de uma mudança de atitude e visão do mundo, faço mamografia todos os anos, papanicolau, densitometria, vou ao médico quando sinto que há necessidade( mas sem paranóia), uso um bom creme para o rosto, tonalizo meus cabelos, faço exercícios,etc.
Apesar da preservação, o tempo é inexorável, portanto, acho que uma restauração aqui, outra restauração ali é necessária.
Sendo assim, encararia pequenas reformas no corpo, mas jamais buscaria desenfreadamente por uma juventude que nem malhação, dietas e botox conseguiriam deter. Sem exageros, mas com bom senso não considero “ pecado” fazer uma plástica para melhorar a auto-estima.O que não aceito é a ditadura da moda, isto é,  “ da produção em série” de rostos sem expressão  como o do Coringa, inimigo do Batman, com seu indefectível “bocão” e o rosto “teso”.
  A  verdade é que todos nós vamos envelhecer. Apesar da idéia não ser agradável , isso é um fato e é melhor relaxar e,... acostumar. Como consolo, passo as seguintes citações:   Bibi Ferreira disse: “ a minha velhice é definitiva e a sua juventude é provisória”. Boa reflexão, não é mesmo? E estou com Luis Fernando Veríssimo, quando ele diz, que o prazer é o melhor rejuvenescedor.
Sêneca, grande filósofo romano, dizia que não temos a idade que temos. Ou seja, se você já fez 30 anos significa que se desfez desse tempo, ele já não lhe pertence, é passado. O que você tem são os anos vindouros, por isso, em cada aniversário, é época de reflexão. E é bom comemorá-los.
Se eles pensam assim, quem sou eu para contradizer?Concordo plenamente!
E como disse Cazuza, se “ o tempo não para”, então que ele seja a meu favor!E se não for, pelo menos não deixarei que ele esvazie meus sonhos, que seque meu amor pela vida, que mate  minha esperança, que roube minha alegria de viver.
Acho saudável falar do passado, mas não com o saudosismo rançoso que acha que só o passado é que era bom, mas para tirar lições no presente.
  O que às vezes me preocupa no futuro é o medo de perder a lucidez. Sinto na pele, através de minha mãe, o horror da dependência de uma doença como o alzheimer, por exemplo, que é um longo processo  que vai devastando a pessoa a  “conta gota”.
E quando nos perdemos de nós mesmos, já não encontramos mais nada. Mas, se um dia isso me acontecer, quando eu não tiver mais  certezas , terei que reinventar a minha vida dia a dia, na pessoa que passarei a ser. Só espero que as pessoas entendam esse processo.
 Cuido para não ficar chata, rabugenta, frustrada. Mas quando  eu começar a fraquejar, desanimar, me atrapalhar com coisas aparentemente fáceis ou difíceis, que tenham paciência comigo e entendam que essas mudanças fazem parte de um ciclo de vida, pelo qual grande parte passa. Afinal, quem não chegar ao envelhecimento, é porque morreu jovem. Se  puderem me fazer um mimo, agradeço!
 Quero ao meu lado também, pessoas de astral alto, bem-humoradas, de bem com a vida, guerreiras, etc.
Não tenho preguiça em lidar com o novo. Nesse meu caminho, acompanhei o avanço frenético da tecnologia. Coisas que para mim eram inimagináveis ou de “ficção científica”, acabaram virando banalidades e hoje, sou dependente delas. Porém, não quero ser uma velhinha agarrada ao notebook e descrente das pessoas.
Como será o mundo daqui a 20 anos? Vai saber...
Sou vaidosa assumida,  tive a sorte de manter meu peso e me sinto bem . Para isso, tive que pagar um bom  preço:  exercícios e muitas mudanças de hábitos. Valeu a pena pagar!
 Acho muito bom me arrumar, ser um pouco estilosa, gosto de roupas que me fazem sentir bem ( não importa que sejam de marca, griffe ou popular), um bom livro, jóias, uma boa música, um bom perfume enfim, coisas boas da vida.
Quero estar com tudo em cima nas minhas atitudes, no estar de bem com a vida e no gostar de mim mesma.
Daí, que para mim, “ historicamente falando”: a aparência é simplesmente uma conseqüência e não uma causa.

                                                      
 Fique na Paz!
                      Dilene Germano                                

quinta-feira, 8 de março de 2012


Existe o dia escolhido para saudar as mulheres. Acho até que um dia é pouco para que nós mulheres possamos comemorar a nossa ,importância. Sabe porque? Tirando um dia para as mulheres, um para as crianças, um para as mães, um para os pais, tem gente que diz que todos os outros são para os homens. Não concordo.
Opiniões à parte, é bom comemorar, sim, o dia especial à mulher. Não por ser do sexo feminino, o que  não é uma condição de escolha, acontece...
Em 1949, ao afirmar que “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”, Simone de Beauvoir, deu às mulheres o direito de escolha sobre o que querem fazer e quem querem ser.
No dia 8 de março, comemora-se àquelas que se tornaram mulheres. O que é bem diferente, pois tornar-se mulher , na melhor expressão da palavra, já é uma condição escolhida, merecida e que vale muito a pena ser comemorada. Quando se torna mulher, torna-se um ser humano mais evoluído. Feminilidade, garra e beleza andam juntas com a capacidade de criar : pessoas, projetos, felicidade e sucesso.
Esta é a mulher que merece ser aplaudida, comemorada! Somos heroínas de uma vida que não cansa de nos exigir cada vez mais . E nós? ...Nos correspondemos a todas as expectativas.
Parabéns a você, não porque nasceu mulher, mas porque soube se tornar mulher...e linda... uma linda mulher!

Fique na Paz!
                           Dilene Germano