quarta-feira, 28 de agosto de 2013

SENTIR COMO O OUTRO SENTE (Dilene Germano)

“ Falam de tudo. Da moral, do comportamento, dos sentimentos, das reações, dos medos, das imperfeições, dos erros, das criancices, ranzinzices, chatices , mesmices, grandezas, feitos, espantos. Sobretudo falam do comportamento e falam porque supõem saber. Mas não sabem, porque jamais foram capazes de sentir como o outro sente. Se sentissem, não falariam.”  ( Nelson Rodrigues)

Quando fui lecionar no município de Itaguaí, achei muito estranho a enorme quantidade de japoneses e descendentes que havia por lá. É claro que eu já tinha alguns conhecimentos do modo de vida do povo japonês, através da televisão, dos livros, revistas. Mas o contato direto com uma colônia japonesa foi algo diferente do que imaginava. Era estranho e ao mesmo tempo muito fascinante aprender ao vivo mais um pouco da cultura japonesa. Tanto que consegui aprender a falar e escrever  algumas palavras do idioma japonês. É claro, somente o que me interessava, pois era difícil  e complicado.
Participei de muitas festividades ; jogos, aniversários, casamentos, etc, sempre observando e comparando as diferenças.

Certa vez , fui a um sepultamento do avô de um aluno de origem nipônica. Achei estranho o costume de colocar frutas e doces e de não ter aquele clima de tristeza e choro de nossa liturgia funerária ocidental. Daí, dei asas à imaginação: puxa que falta de amor e respeito para com o morto!Eles não têm sentimento!

Veja só, eu estava julgando o modo de pensar sob o meu ponto de vista, segundo os meus costumes, isto é, estava “ julgando o livro pela capa” .Confesso que me senti um tanto decepcionada naquele momento pois não conseguia me colocar no lugar daquela família .
Esse fato me fez refletir: ainda hoje, também é muito difícil se colocar no lugar do outro. Se pudéssemos fazer isso, quantos conflitos, decepções, constrangimento,  quantas brigas poderiam ser  evitadas. Afinal, ninguém é melhor do que ninguém, somos apenas diferentes.

E por falar em diferença, existe um conto da sabedoria chinesa que fala sobre isso: “ Um homem colocava flores de todo tipo ( rosas, cravos, margaridas) no túmulo de um parente, quando viu um velho chinês colocando um prato de arroz  na lápide ao lado. O homem achou a cena estranha e perguntou ao chinês:
 - Desculpe pela intromissão, mas o senhor acha que o defunto vai comer esse arroz?
E o chinês respondeu:
 - Sim, quando o seu vier cheirar as flores.!”

É uma grande lição! Todos nós somos diferentes... temos idéias e atitudes que podem, às vezes parecer incompreensíveis para os outros. Aprendi que o segredo do verdadeiro respeito é saber que ninguém é dono da verdade e aceitar o que é diferente e incompreensível para nós mesmos...
Ainda bem, que em Itaguaí, eu achei estranho, mas não cheguei a explicitar  minha falta de respeito.

Cada pessoa tem a sua história, seu contexto de vida, suas peculiaridades. Não é uma característica que a tornará pior ou melhor. Se colocássemos no lugar do outro, não julgaríamos sem mais nem menos, prestaríamos atenção no que outro diz, ouviríamos com calma, pensaríamos antes de agir, pediríamos desculpas quando fosse o momento, responderíamos sem ofensas...
Felizmente, a nossa capacidade de lutar, de seguir em frente, de aprender nos faz iguais. O que diferencia é o quanto acreditamos em nós.
 Fique na Paz! Pense bem e viva melhor!
                                                                   Dilene Germano        


sábado, 24 de agosto de 2013

NO TEMPO DAS MEXERICAS (Dilene Germano)

 Tangerina, mexerica, pocan...não sei bem a diferença entre elas, mas adoro falar mexerica. Experimente...bem devagarinho...me-xe-ri-ca...
Você sabia, gente bonita, que  toda fruta, verdura ou legume que você come tem chuva por dentro? Então...é só descascar uma mexerica que você vai encontrar os gomos...aquela porção de  “garrafinhas de água doce”  que  tem lá dentro!
Fácil de descascar, é só fazer um furo e depois acabar  de tirar a casca por diversão. E saborear  o docinho da fruta sem sequer imaginar que está ingerindo um montão de vitaminas e outras propriedades, é só o gostinho bom.
E lá se vão duas, três, quatro...
É tempo de mexerica! Aproveitando a fartura da época, é uma delícia tirar a fruta do pé!
Huuummm... mexerica é bom demais! Adoro!
Fique na paz, gente bonita!

                        Dilene Germano

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

APLAUSOS DA CONSCIÊNCIA (Dilene Germano)

“Preocupe-se mais com a sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e a sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles.” ( Bob Marley)

Em tempos de ‘sorria, você está sendo filmado’ é quase impossível estar sozinho. Em qualquer hora e em qualquer lugar a gente sempre está sendo observado. O lado positivo disso? Teoricamente acabaram com a solidão!
A Internet é uma comunidade,e é feita por nós. Em todas as comunidades tudo é um bocadinho público e muita coisa se sabe. No mundo virtual a indiscrição é aumentada mil vezes e a informação é muita e de fácil acesso.
A falta de privacidade tornou-se um sério problema com a chegada da Internet. A Web tornou todo o seu conteúdo público, quer os utilizadores queiram, quer não. De certa forma, estamos sendo observados, mesmo estando sós.
 O lado negativo? Qualquer gesto ou atitude já está registrado em algum lugar. Sabe quando se olha do lado e, já que ninguém está vendo, olha no espelho pra ver se os dentes estão limpos, ou então resolve fazer uma faxina no nariz?


É... nesse momento, pode não ter ninguém, mas ninguém mesmo, por perto e nenhuma câmera nos filmando. Mas, mesmo nessa hora, não estamos absolutamente sozinhos.

Não mesmo, acredite! Sabe quem está vendo nossas atitudes por melhores ou piores que sejam? A nossa consciência. E ela pode aplaudir ou repudiar nossos atos.

Sabe que lição eu tiro disso? Que devemos fazer com que a nossa consciência seja a nossa fã e nunca a nossa acusadora. É muito bom saber que temos uma fã aplaudindo nossos gestos por mais bobos que possam parecer.


Receba os aplausos da sua consciência!
                                                       Dilene Germano



quinta-feira, 8 de agosto de 2013

DESLIGANDO O PILOTO AUTOMÁTICO ( Dilene Germano)

Quando ainda exercia minha profissão, algumas colegas me criticavam porque eu vivia no automático. E era verdade! Horário para a entrada. Horário para a saída. Tarefas de casa.  Antes de tocar o sino para a entrada da aula, ou o fim do recreio eu já estava de pé para ir para a sala de aula.
 Em casa , quando me chamavam, mal acabavam de falar meu nome , eu já estava de pé...automaticamente.
Como se não bastasse esse automatismo, nós estamos sempre correndo, sempre com pressa e sempre sem tempo, feito “baratas tontas”! Aí, chega uma hora que seu corpo pede para parar e você é “obrigado” a esperar, a descansar! E hora de expulsar a ansiedade e tentar deixar o celular longe, sem mexer nele! É difícil viver sem tecnologia, mas ás vezes é preciso. Para poder olhar para o outro, parar para poder respeitar, conversar e para inspirar! Porque na correria nada disso aparece
Hoje aposentada , custei pra me desacelerar. Me desconectar. Mas consegui!!!!! Desliguei o piloto automático!  Fácil? Nem tanto.
 É preciso respeitar o próprio tempo. E hoje eu respeito! E o que parece pouco, na verdade é muito! Todos deveriam desacelerar e viver um pouco mais! Viver o mundo real, viver as pessoas e a família! Difícíl?  Sim...mas não impossível !
A vida é curta demais para vivê-la a 100 km/h, reduza a velocidade, reduza o ritmo, seu coração vai agradecer você no futuro...Viver com intensidade não significa viver com pressa, por isso viva intensamente os grandes momentos, já os momentos sem importância, deixa para lá e seja feliz!
E para finalizar , um trechinho da música Paciência do Lenine...
“Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...”
Fique na Paz!
                   Dilene Germano


terça-feira, 6 de agosto de 2013

DAS JABUTICABAS... (Dilene Germano)

 Jabuticaba!!!Parece uma pérola negra:  redondinha, pretinha e brilhante!!!! Olhe que coisa mais linda!

 Jabuticaba é igual namorado. Gosta de ficar grudadinho, agarradinho. Os frutos ficam colados no tronco.


E esta sou eu...me sentindo aquela menina das sábias palavras de Rubem Alves: contei meus anos, só que não ganhei uma bacia de jabuticabas...Então, resolvi subir no pé e displicentemente degustar cada uma como se fosse única e me deliciar com essa poesia que todo ano é declamada aqui!
Fique na paz!

                 Dilene Germano