quarta-feira, 16 de março de 2016

NAS MINHAS HORINHAS DE DESCUIDO...(Dilene Germano)


Olha a graça do que escreveu Mario Quintana sobre a felicidade: “Quantas vezes a gente, em busca da ventura,/ Procede tal qual o avozinho infeliz:/ Em vão, por toda parte, os óculos procura/ Tendo-os na ponta do nariz!”.

Digo isto para repetir que eu, de verdade, son tanto felice! E essa felicidade é mais coisa dos genes (a minha fortuna gratuita!) como também pelas aprendizagens  para viver a vida.

 Manuel Bandeira, ao se saber tuberculoso jovenzíssimo, eternizou a certeza de morte próxima nos versos que dizem: “Uma vida inteira que poderia ter sido e não foi.” Para mim, os versos são o exato oposto: “Uma vida inteira que poderia não ter sido e foi.” E é. E eu? Agradeço muito e sempre.

Não se pense que a minha vida é um mar de rosas. É só um jeito de ter para a vida um olhar compassivo. O certo é que tenho cá os meus buracos, meus tormentos, minhas tristezas, minhas angústias…

O contentamento de viver, no entanto, se mantém para além de qualquer adversidade. Está certo o Riobaldo-Rosa: “Felicidade se acha é em horinhas de descuido.” Para fechar, uma frase que li em algum lugar: “Não é fácil encontrar a felicidade dentro da gente, mas é impossível encontrá-la em outro lugar.”
Fique na paz!

Dilene Germano

terça-feira, 15 de março de 2016

MEU VESTIDO SOLTINHO (Dilene Germano)

O tempo dá sempre um jeito de aparecer pelo corpo – e eu o acolho sorridente, porque só tem me feito bem.
A vida me gasta, mas não me envelhece, porque eu insisto na alegria. Com o avanço do tempo,   pequenos volumes deselegantes habitam meu corpo sem pedir licença – é no que dá exercitar mais  a cabeça e menos o corpo.
Não me importo, acho que sou mais mente do que  corpo.  A verdade é que invento soluções pra tudo. E esse vestido soltinho foi a solução do dia para uma barriguinha que entrou sem convite .
 A verdade é que a vida é uma eterna batalha entre o mau humor e a alegria. Todo dia tenho a chance de escolher qual dos dois vou vestir.  Prefiro repetir o sorriso quase todo santo dia, porque já sei que ele vai me cair bem.
E acredito, gente bonita,  diante desse sorriso que dedico você, quem vai reparar no meu “soltinho” ?
Fique na paz! 

        Dilene Germano