quinta-feira, 30 de maio de 2013

DESEJOS DE ANIVERSÁRIO (Dilene Germano)

Toda vez que aproxima minha data de nascimento, um típico inferno astral me acompanha.Quem me conhece bem, sabe que eu não gosto muito de comemorar meu  aniversário e muito menos receber  presentes nessa data. É que eu frequentemente fico triste, nostálgica neste dia. Não sei explicar!!!!
Talvez seja pela falta de costume...não sei...
Talvez seja porque nessas datas, a gente atualiza as informações e toma aquele susto… Puxa, fiquei mais velha. Puxa, tanta coisa que eu queria fazer e ainda não fiz… Puxa, mais um ano de vida. Mais um… Menos um...tanto faz. Puxa… E o que eu faço agora? Sei lá...
Talvez seja o fato de  ter que planejar e preparar o próprio aniversário...talvez...
Talvez essa sensação e essas dúvidas todas façam parte do meu lado B...quem sabe?
O grande fato é que a idade é só um número, por sinal, um número bem besta que separa as pessoas, trás preconceito e rejeita muita gente em certos lugares.
Mas de um tempo pra cá, comecei a prestar mais atenção em datas e  comemorações de aniversários.Quem sabe chego lá? Reunir família e amigos! E por que não, receber os presentes? Ainda fico um tanto...sei lá...não sei o que fazer...quem sabe...talvez...  
Hoje estou aprendendo a dar mais valor ao tempo e à mágica incrível que ele faz em tudo e em todos enquanto passa. Eu antes não entendia isso, mas hoje entendo.Ainda vou curtir o bolo, o parabéns pra você, os salgadinhos, os presentes, festas...
Enquanto isso...o que de mais lindo me acontece nesse dia, são os desejos! Sim, os desejos…Ah! gosto muito! Em silêncio, quando pensam em mim no dia do meu aniversário, as pessoas me desejam coisas, muitas coisas. Algumas mais, outras menos, isso vai conforme a grandeza de alma de cada um. Mas desejam.
Enfim, hoje é meu dia, por enquanto continuo pedindo meus desejos.
Pois bem, lá vai a lista, com alguns itens acrescentados por mim. Podem escolher, embrulhem no pensamento e mandem enfeitados com laços de amizade tirados lá do fundo do coração:
*” Saúde, porque sem o corpo, a alma quase nada pode fazer nesta dimensão;
* Medo do necessário, para preservar minha vida e meu coração;
* Amigos, pra segurar minha mão e me ajudar a levantar, pro caso de cair, e pra comemorar suas alegrias comigo;
* Calma, pra dar os passos certos e enxergar mais adiante;
* Dor ( só um pouquinho ), pra valorizar o prazer;
* Paciência, pra esperar o seu tempo, o das pessoas e das coisas;
* Flexibilidade, pra conseguir desistir do que me faz infeliz, e pra mudar de idéia quantas vezes eu quiser;
* Sabedoria, pra dizer as coisas certas, para os outros e pra mim mesma;
* Alegria, porque só ela é o alívio de todos os pequenos males do cotidiano;
* Disposição, pra correr atrás dos meus desejos;
* Dúvidas, porque certezas demais atrapalham;
* Consciência, pra saber o que vai dentro de mim e dentro dos outros;
* Tranquilidade, pra ser tolerante comigo mesma e saber que todos nós sempre fazemos o melhor que dá, e isso é bom;
* Coragem, pra fazer o que for melhor pra mim, ainda que isso machuque;
* Beleza, pra chamar mais beleza ainda pra perto de mim;
* Fé, pra me sentir segura e curtir a certeza de saber que sempre haverá alguém cuidando de mim;
* Carinho, porque todo mundo precisa de colo, principalmente um colo contador de histórias.
* Sensibilidade, pra ir ao fundo das coisas;
* Companheirismo, porque a solidão só é boa quando é uma escolha;
* Sonho, porque sem sonho a vida é morte;
* Paixão, porque nada é mais gostoso do que sentir o coração batendo forte por algo ou alguém;
* Amor, porque o amor é tudo isso e muito mais.”


Fique na Paz e muito obrigada!

                            Dilene Germano

sábado, 25 de maio de 2013

QUE SITUAÇÃO!!!!!!! (Dilene Germano)


Existem situações em que a gente literalmente escorrega numa casca de banana e entramos numa “saia justa”. Quem  nunca passou por uma situação desfavorável e/ou embaraçosa? Quando conseguimos sair da” saia justa” é um alívio. Pior é quando nos vemos sem possibilidade de reação e ficamos de mãos atadas.
 Minha carteira de motorista havia vencido e sem saber fui parada numa blitz. Não sei o motivo, mas vou confessar uma coisa que nunca falei pra ninguém: eu morro de medo de policial. Deve ser coisa de criança. Quando fazia alguma arte, ouvia: a polícia vem ai!
Anos e anos mais tarde, o grande trauma: fui parada numa blitz. Carteira vencida. O guarda olhou daqui, olhou dali, e resolveu chamar o comandante. Quase tive um desmaio, tal o meu medo.
 Não sei se minha ansiedade e angústia estavam estampadas no rosto, porque o comandante muito gentilmente só me aconselhou a tirar outra carteira para evitar multas e etc.
 Ainda bem, e aí, pensei com meus botões: “ Viu, policial não é tão bravo assim”. Mas foi com dificuldade que consegui engatar a marcha e sair.
Acatando o conselho, fui levar os documentos para fazer o pedido de nova carteira. O DETRAN ficava situado no Mercado do Agricultor, Cidade Nova. Para chegar até lá, tinha que passar pelo Batalhão da Polícia Militar.
 E  lá vou eu...com documentos na bolsa e  a carteira ainda vencida! Ao me aproximar do Batalhão, vi policiais fortemente armados, fazendo uns sinais que  não estava entendendo.
Santo Deus, agora estão armados! Diminuí a velocidade, estava quase parando. Volta minha angústia: o que será que está acontecendo? Só pode ser uma blitz novamente. E atrás de mim uma carreta gigantesca, que mais parecia um tiranossauro rex  querendo me engolir junto com meu carrinho. Juro que cheguei a ver seus gigantescos dentes... 
Um guarda fazendo sinal e meu nervosismo aumentando em ordem geométrica.. .
E  a angústia da dúvida: seriam guardas, policiais ou soldados? Estou trocando tudo! Pra que saber a diferença, justo naquela hora, se o objetivo deles era o mesmo?  
Quando olhei para dentro do batalhão, vi muitos carros estacionados. Pronto!  Estão  prendendo os carros com documentos atrasados! E minha carteira... e minha carteira!?! Eu já me imaginava presa!E o meu carrinho, o que seria dele?
 E a jamanta, quero dizer... a carreta...acho mesmo que era o tiranossauro, quase me engolindo...  Era isso:  os sinais dos guardas só podiam ser para eu entrar no batalhão para vistoriar meu carrinho.No meio dessa angústia toda, eu entrei. Não havia celulares, como  pedir socorro?
 Lá dentro, não sabia o caminho  até os carros e dois policiais estavam vindo em minha direção. Oh! Céus!
Livra-me dessa, Santa História: eu juro que não risquei o fósforo que acendeu a fogueira de Joana D´Arc, não joguei sal nas terras de Tiradentes, não coloquei veneno na comida de Napoleão Bonaparte, não comi os brioches de Maria Antonieta e nem levei a serpente que picou a Cleópatra. Eu juro!Eu juroooo!
Quando os policiais se aproximaram,, olhei para o outro lado, vi um palanque com vários militares e  no gramado um grande número de soldados.  Alguma coisa estava fora da ordem que eu colocara em minha cabeça.
Logo a seguir, ouvi o Hino Nacional tocado e cantado pelos presentes.  Foi então que percebi... não era blitz coisa nenhuma. Meu alívio foi tão grande que quando os policiais  perguntaram  se podiam me ajudar em alguma coisa, eu disse a seguinte pérola: “ Não obrigada, eu entrei aqui por causa  do Hino Nacional, eu adoooooro cantar o hino brasileiro! Coloquei a mão na direção do coração e cantei o hino  até o final.
 E os policiais??? Não olhei mais para eles, a única ação do momento foi a da lei da gravidade: grudei  no chão e não conseguia  nem levantar um pé.
Em tempo: depois descobri que era uma solenidade de aniversário do Batalhão da Polícia Militar . Havia muitos militares de alta patente e autoridades. Por isso, o número de soldados no asfalto e os sinais eram para diminuir a velocidade!
VAI SABER...
Fique na paz!

                        Dilene Germano

segunda-feira, 20 de maio de 2013

" SAUDADE...TORRENTE DE PAIXÃO...EMOÇÃO DIFERENTE..." ( DIlene Germano)



" Saudade...torrente de paixão...emoção diferente..." Titulo do texto, de autoria do grande compositor Chocolate!
Dizem que saudade é palavra que só existe na língua portuguesa.
Uns falam com orgulho, como se o sentimento fosse só nosso, de quem fala esse idioma tão difícil. Ocorre que não. Seja qual for o dialeto que se fale, a sensação é a mesma. De falta, de espera, de busca. Tenho saudades de muitas coisas. De partes da minha infância. Dos meus amigos que já se foram. Da simples ilusão de existir um coelho que traz ovos de chocolate. Sinto saudades de coisas que me faziam sorrir. Assim como hoje tenho das coisas que ainda me farão. Às vezes da uma saudade tremenda, do que ainda nem aconteceu.
O texto A Saudade Fala Português" é de Antonio Carlos Affonso. É lindo, vale a pena ler.
"Eu tenho saudades de tudo que marcou a minha vida. Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância, do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou vir a ter, se Deus quiser...
Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo, lembrando do passado e apostando no futuro... 
Sinto saudades do futuro, que se idealizado, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei, de quem disse que viria e nem apareceu; de quem apareceu correndo, sem me conhecer direito, de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito; daqueles que não tiveram como me dizer adeus; de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre; de coisas que eu tive e de outras que não tive mas quis muito ter; de coisas que nem sei que existiram mas que se soubesse, decerto gostaria de experimentar;
Sinto saudades de coisas sérias, de coisas hilariantes, de casos, de experiências...
Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer, dos livros que li e que me fizeram viajar, dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar, das coisas que vivi e das que deixei passar sem curtir na totalidade;
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que, não sei aonde, para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...
Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades em japonês, em russo, em italiano, em inglês, mas que minha saudade, por eu ter nascido brasileira, só fala português embora, lá no fundo, possa ser poliglota.
Aliás, dizem que se costuma usar sempre a língua pátria, espontaneamente, quando estamos desesperados, para contar dinheiro, fazer amor e declarar sentimentos fortes, seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples "I miss you", ou seja, lá como possamos traduzir saudade
em outra língua, nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima, corretamente, a imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades... Porque encontrei uma palavra para usar todas as vezes em que sinto este aperto no peito, meio nostálgico, meio gostoso, mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis, de que amamos muito do que tivemos e lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência...
Sentir saudade é sinal de que se está vivo!"
E como disse o poeta,” sentir saudades é sinal de que estamos vivendo.” E viver é preciso...porque a vida não pára e só podemos visitar esse passado, com saudades e agradecer a tudo o que ele nos proporcionou!
Olha só..., o vídeo  lá de cima é para vocês, meus queridos e queridas!
Fique na paz!

                       Dilene Germano

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A PORTEIRA (Dilene Germano)


Gosto dessas coisas que vêm do nada e me fazem viajar no tempo e nas emoções.Para chegar ao sítio do Barreiro, passo por diversas propriedades rurais e consequentemente, por muitas porteiras de madeira trançada. E aí, mais uma vez vou de encontro às minhas memórias, nas coisas mais simples, que me fazem mais feliz!

Isso lá pelos idos e pelas bandas de Minas Gerais.


 Porteiras: tínhamos que abrir e fechá-las.... Era de lei...A gente adorava  e havia até disputa no carro para ver quem ia abrindo as porteiras. Hoje, disputa-se quem não vai...
Eu não era propriamente uma “menina da porteira”. Mas eu gostava de abri-las porque aproveitava para pendurar nelas, naquelas mais fortes, e usufruir dos seus percursos, ao abrir e fechar. Tudo que servisse de gangorra era bom e divertido.
As porteiras eram minhas amigas. Porteiras para mim, não tinha o significado que aprendi mais tarde: separar pessoas e terras. Por intuição, elas e as cercas  serviam para proteger os animais para não sumirem de seus espaços. Além disso, elas enfeitavam os lugares, eram ótimas para subir nelas e brincar, e eventualmente ter como correr e se esconder de alguns animais que por ventura nos estranhassem.E como me salvaram dos gansos da tia Clara e tio Juca!
De vez em quando tinha um menino ou menina da porteira pra ajudar em troca de alguma moeda. Às vezes tinha muitos.
 Ainda gosto de abrir porteiras, porque me lembra a “roça” de minha infância: colocar os pés na terra, sentir o ar puro (pode até não ser tão puro, mas é diferente da cidade), ouvir o galo cantar, porque acordar com seu canto, são outros quinhentos, comer galinha caipira com angu, tomar leite queimado antes de dormir, sentar à beira do fogão a lenha e conversar com a vó Maria e meus tios, contar e ouvir histórias, dar boas risadas com meus primos e primas, aquecendo meu coração.
Tudo bunitim...com jeito de mineirim..Tem coisa “mió de bão”?Ah, num tem não, sô!!!!
Hoje vivemos corridos, estressados, ansiosos, apavorados, com problemas, trabalho, doenças, estudos, violência, trânsito infernal.Pra quebrar essa rotina, sair dela, vou para a “roça”.



E nessas minhas idas, cada vez que o carro desliga perto de uma porteira, desço para escutar o ranger  da madeira em meio ao silêncio e à paz da natureza.Depois o carro segue para seu destino, deixando para trás uma porteira fechada, outras tantas por abrir, muitas para fechar.

Gente bonita, caso sinta  saudade ou queira sentir a beleza das coisas simples...venha...vou deixar a porteira aberta!

Fique na paz!
                       Dilene Germano

quinta-feira, 16 de maio de 2013

TEMPOS DIFÍCEIS PARA OS SONHADORES (Dilene Germano)


Que tempos! Melhores? Piores? Diferentes.
“Tudo é muito cinza, tudo é o muito seco. Todo mundo tem um par de fones enfiados nos próprios ouvidos, mas ninguém se atreve a cantar junto com a música. Cada um no seu próprio mini-próprio-vip mundinho. Tudo é de plástico, tudo é descartável: copos, amores, pratos, confiança, garfinhos.
Não mais nos permitimos aos pequenos prazeres. Trocamos o olhar marejado de lembrança da infância ao passarmos por crianças buscando brincar na rua por estridentes buzinas, ‘sai-do-meios’ e xingamentos. O ‘bom dia’ dado ao trocador no ônibus ficou enganchado na roleta que me impede a passagem, o ‘muito obrigado’ dado ao motorista ao que desço, é atropelado sem deixar vestígios.
Não mandamos mais cartas, não nos abraçamos, não ouvimos o que o outro tem a dizer sem automaticamente ter algo a replicar, não perguntamos mais às pessoas como se sentem: queremos as grandes novidades, queremos as grandes desgraças. Ninguém demonstra aquilo que realmente sente. O “tudo bom” recebido é automaticamente sacado de volta.
E os sonhadores... os subjetivos e quase extintos sonhadores, após em vão buscarem ultrapassar a barreira de aço natural da imensa massa inerte insensível ao mundo que os rodeia, se buscam incessantemente. Quando se acham acabam criando grupos isolados para auto-preservação; Não percebem que mesmo pintada com belas cores, é metálica a barreira que também constroem ao redor de si.
Só os práticos e racionais sobrevivem inteiros a um mundo em que a comunicação é feita de buzinas e toques de celular. Só os práticos e racionais sobrevivem a um mundo em que sonhar é sinal de fraqueza, inocência, ingenuidade. Mais alguns anos e chamaremos de verdadeiros amigos aqueles adicionados no Orkut, mais alguns anos e casamentos serão selados com apertos de mão.”  (Jamie Barteldes)

terça-feira, 14 de maio de 2013

LES FEUILLES MORTES ( Dilene Germano))




 

Apenas uma música...não precisa muito para dizer tudo...
A vida consiste num ciclo de ganhar, ser feliz, ter que dizer “adeus” à algumas coisas, sofrer, e depois ganhar outras, e , novamente aproveitar a felicidade...

segunda-feira, 13 de maio de 2013

VOU ME PERMITIR...(Dilene Germano)



Todo mundo deveria se permitir, viver, sonhar. Muitas vezes colocamos viseiras de cavalo e só olhamos  para frente...não nos permitindo enxergar o que está ao nosso redor. E abrimos mão de sermos felizes!

Olha o que Lulu Santos diz entre outras coisas: “Eu quero um novo começo de era, de gente fina , elegante e sincera para dizer mais do que não.

Eu quero crer no amor numa boa, que isso valha pra qualquer pessoa que queira realizar a  que tem uma paixão.

Vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir.”

Como tardo, mas não falho, no auge dos meus 60 e tantos anos, não consigo me ver não me permitindo...!

Permitindo o quê? Ah, isso  é só comigo!

Fique na paz!

                           Dilene Germano