quinta-feira, 19 de setembro de 2013

CENAS DO COTIDIANO (Dilene Germano)

 Gente bonita! Quem passa pelo calçadão da Avenida Cardoso Moreira anda sentindo falta da sombra das árvores  hoje podadas na sua maioria.



Eu sei que em algumas situações faz bem para a árvore, mas quando vejo a equipe de poda de árvores  atuando  eu fico com muita pena. Me dá uma sensação de mutilação, sabe? Mais parecem mãos de enterrados vivos , como disse o grande Mário Quintana.
Então, vão umas fotos do antes e depois e um pequeno episódio que aconteceu comigo.
Certo dia, vinha calmamente caminhando no calçadão , quando fui “marcada”  por um daqueles passarinhos barulhentos do alto das árvores.
Put´s...nem era meu dia de estátua... ou era? Com certeza não me tomaram por uma obra de Michelângelo, mas  por uma dessas de praça mesmo, pichada por idiotas, esquecida da prefeitura, uma estátua que observa tudo e todos.
Essas cenas do cotidiano me fazem pensar . Ontem, um tanto chateada, hoje, mais calma passei a analisar o acontecido.
 Porque ficar pensando no monte de cagadas dos passarinhos no calçadão, nos carros estacionados e em mim?  Não devo ficar chateada com esses seres, ao contrário, tenho que admirá-los: tão pequenos, tão seguros, tão independentes. E a lembrança daquele minúsculo passarinho que antes me parecia tão atrevido, me fez sentir muito inferior porque pensei que se eu tivesse que viver nas ruas, bebendo água da chuva, me alimentando de restos, lutando diariamente por minha sobrevivência, eu não sobreviveria.
E voltando às árvores do calçadão, uma frase da Cecília Meireles me conforta, aquela que fala sobre deixar-se podar no inverno para voltar florida na primavera. .. e assim, esperar o retorno dos alegres e barulhentos passarinhos.
Fique na paz!

                     Dilene Germano

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