quinta-feira, 9 de junho de 2011

“A HISTÓRIA DA JÓIA É TÃO ANTIGA QUANTO A VAIDADE HUMANA”



A mitologia da Antiguidade Clássica, é rica em deusas muito belas, poderosas, com personalidades marcantes e envolventes .
Podemos , a partir do conhecimento das deusas da mitologia grega, traçar um paralelo entre elas e o que atrai uma mulher de hoje, dependendo de sua cultura, sua classe social, seu estilo e maneiras de se expressar.As mulheres de hoje para ter harmonia, assim como as deusas gregas, precisam do contato e do complemento uma das outras.
Daí, Perséfone, deusa da espiritualidade, do amor , da tolerância, contrabalanceia com  Atenas, cuja característica é a sabedoria e a valorização profissional.
Hera, deusa protetora do casamento e da mulher, valoriza a fidelidade, fortalecendo Deméter, nos cuidados com a família, como deusa do cultivo, da colheita.
 Ártemis, deusa da caça e fascinada por aventura, esporte e liberdade, entende a excentricidade de Afrodite, deusa do amor e da beleza e sua valorização pela vaidade.
 Entre todas elas, nos identificamos mesmo é com Afrodite, que se liga ao mundo feminino do batom, salto alto, lingerie, perfume e jóias.
As mulheres de Afrodite gostam de jóias e as ostentam como parte de sua personalidade. Qual a mulher que nunca deu uma paradinha diante de uma vitrine de jóias? ...Santa curiosidade dando asas à nossa imaginação: “ aquele colar parece ter sido feito para mim!” “ É lindo aquele anel” “ Combina com o meu brinco”.
Só que é preciso pensar muitas vezes antes de perguntar o preço . E ter bastante juízo para não ceder à tentação. Talvez nem tivesse a intenção de comprá-las, mas o fascínio que elas exercem é inegável.
Mas afinal, o que é uma jóia? Por que ela atrai tanto a mulher?
A jóia acompanha a história do homem  (e da mulher, claro) , estando presente e assumindo várias funções: enfeitar, agradar, seduzir, identificar, proteger, simbolizar, poder,status social, etc.
A evolução das jóias apresenta características em momentos distintos e em diferentes povos. Desde o princípio da civilização, elas foram para o homem, objetos com os quais o mesmo procurou compensar suas inseguranças fundamentais: a vaidade, a superstição e o desejo de riqueza. Muitas vezes, o estudo das jóias consegue reconstituir melhor a história do homem através de suas crenças e superstições, costumes, estrutura econômica e conhecimentos tecnológicos do que outros materiais menos duradouros.
Há cerca de 40.000 anos, a 1ª jóia foi usada pelos Cro-Magnons, ancestrais do  Homo Sapiens. Seus colares e braceletes incluíam jóias feitas de osso, dentes e de pedra.
No Egito Antigo, a jóia foi feita ao redor de 3000 a 5000 anos atrás. Os egípcios adoravam o brilho, a raridade e a durabilidade do ouro. Para eles, a jóia simbolizava o poder,  e era usada pela classe dominante não somente durante a vida, mas também após a morte, suas jóias eram enterradas junto a elas..
Na Mesopotâmia, a jóia era manufaturada de metais com pedras brilhantes e coloridas como o ágata, carnelian e jasper e foi criada para adornar seres humanos e estátuas.
Na Grécia, as jóias eram feitas em ouro, prata, marfim, bronze e argila.Depois das conquistas de Alexandre, houve uma grande influência da Ásia.
Em Roma, o ornamento mais comum era o broche usado para fixar roupas. Usaram o ouro, o bronze, o osso, os grânulos de vidro e a pérola. Depois, importaram safiras, esmeraldas, âmbar e diamantes da Índia. .
Durante o período Medieval, os cidadãos comuns eram proibidos por lei de usarem pedras preciosas e jóias de ouro e prata. Pela primeira vez na Europa, a jóia torna-se oficialmente de uso exclusivo das classes privilegiadas, destacando-se as coroas e diademas  que  eram reservadas  para as cerimônias.
É impossível falar de jóias sem destacar as pedras preciosas e as famosas pérolas, contando um pouco de sua história, lendas e mitos, dedicando um tempo para reflexão e tentar encontrar ensinamentos.
A pérola é uma jóia naturalmente perfeita,pois ela é retirada já pronta e polida da concha, e faz parte do gosto da mulher de qualquer idade.
Na Grécia antiga, acreditava-se que elas eram um subproduto de Afrodite. Era a gema do amor e dizem que foi usada em “ poções do amor” por séculos, e se usada enquanto estiver dormindo, terá sonhos de amor verdadeiros.
 Cleópatra, Josefina, esposa de Napoleão Bonaparte, a duquesa de Windsor e outras, foram grandes mulheres da História que as usavam. A garota propaganda de maior estilo e destaque foi sem dúvida Coco Chanel que usou como ninguém um colar de cinco voltas, por vezes misturado a correntes.No cinema,  as perolas foram imortalizadas pela atriz Audrey Hepburn com a dobradinha  “ pretinho básico mais pérolas” , no filme “ A bonequinha de luxo”  e ultimamente no seriado Sex in the City pelo personagem Carrie Bradshaw, interpretada pela atriz Sarah Jéssica Parker e também é vista enfeitando a atual primeira dama dos Estados Unidos, Michelle Obama,
 Segundo a Mitologia, a água marinha, por exemplo, é um presente de Netuno  às sereias e seres do mar. Dizia-se que as ninfas levavam as águas marinhas nas costas dos cavalos marinhos. Até hoje, a água marinha é a pedra de proteção dos marinheiros.
A ametista foi o resultado de uma discussão amarga travada entre os deuses Baco e Diana. Para proteger sua serva, Diana a transformou em um cristal transparente. Quando a discussão acabou, Baco, cheio de remorso, derramou um cálice de vinho sobre o cristal, dando a ele uma cor violeta..
A esmeralda era a deusa dos Incas. Antigamente, esta pedra era dada às jovens como um  talismã para ter proteção e facilidade no parto. Acreditava-se que honrar esta deusa Inca e suas filhas traria um amor verdadeiro e fiel..
O rubi , conhecido na Antiguidade como “ Ratnarak”,  o deus das pedras preciosas, foi  liberado do ovo mágico de Naga, um dragão feroz de Burma Antiga. O rubi deve ser usado para preservar a saúde, tirar os medos e trazer paixão abundante.
Os persas diziam que a Terra teria sido apoiada sobre uma safira, e o azul dos lagos refletiam sua imagem ( o azul do céu) .
Os diamantes! Ah! Os diamantes! Sobre eles existem muitas historias. Os gregos acreditavam serem lascas de estrelas que caíram na Terra. É o símbolo do amor “ inquebrável” ! A razão de se usar um anel de diamantes no quarto dedo da mão esquerda é porque  acreditavam que a “ veia do amor” vinda diretamente do coração, terminava neste dedo. Daí, surgiu o costume de usar o anel de noivado e que perdura até hoje, fazendo a alegria dos joalheiros e tormento do noivo encarregado de escolher e pagar a peça (com ou sem diamantes) para agradar sua noiva.
    .O diamante  é considerado por muitos como o maior amigo das mulheres, e de modo geral nós concordamos, apesar do difícil acesso. Elizabeth Taylor, diva de Hollyood, dizia: “ Não dá para chorar no ombro de um diamante e diamantes não vão aquecê-la á noite – mas não há nada mais divertido do que eles quando o sol está brilhando.” 
Ao contrário do que muitos pensam, a utilização do diamante como jóia é bem recente em termos históricos. Era pouco conhecido entre os povos da Antiguidade. Entre os povos ocidentais, os primeiros relatos foram feitos pelos romanos no século I d. C.
Já no século XVIII, em 1727,  a Coroa Portuguesa recebeu a grata notícia de que haviam encontrado diamantes no Brasil, em Minas Gerais. Os cofres da Coroa agradeceram penhoradamente.
Através dos tempos, todas as culturas sem exceção , fizeram uso de símbolos que aos poucos foram tomando a forma de jóias como as conhecemos hoje.
As jóias, portanto, encontram-se associadas ao luxo e a um mundo de riqueza, sofisticação, arte,  beleza, simbolismo, expressão do gosto pessoal e da época vivida.De qualquer forma , existem jóias para todos, sejam peruas ou moderninhas, arrojadas ou tradicionais, ostensivas e discretas, ricas e pobres.
Hoje, as jóias estão em toda parte – pescoço, cabelos, pés, pulsos, rostos, roupas, cintos, bolsas...com materiais e tamanhos diversos, expressando o tempo da personalidade. Tudo é uma questão não apenas de tendências, mas também de estilo pessoal, pois a jóia estará sempre simbolizando o nosso sentimento, nossa escolha, a nossa história como civilização ou como indivíduo.
Sabemos também que pérolas, diamantes, rubis, esmeraldas, ouro, prata não substituem a ausência de uma presença querida, de um sorriso, de uma fala.
 A harmonização em nosso interior das diversas deusas, passa a ser a jóia que atrai e que nos dá a alegria de estarmos vivas.
Basta apenas que sejamos...jóias raras!

Dilene Germano

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