segunda-feira, 26 de novembro de 2012

“VESTIDA DE AZUL E BRANCO...”

 
“Vestida de azul e branco/ trazendo um sorriso franco/ no rostinho encantador/ minha linda normalista/ rapidamente conquista/ meu coração sem amor.” (Benedito Lacerda e David Nasser)
Lá pelos anos 50/60, quem não gostava de ouvir  uma  “cantada”  dessas quando passava de uniforme do curso normal?
Eu achava que a música eram minha e de certa forma era de cada uma que curtia aquele tempo em que os garotos se apaixonavam pelas normalistas!
Deus meu, quanto tempo se passou!!!!
Dia 20 de outubro desde ano houve o encontro das formandas da turma de 1962 da Escola Normal do Colégio Bittencourt de Itaperuna! Estamos comemorando o Jubileu de Ouro de nossa formatura!!!!
Muito gostoso e aconchegante abraçar colegas que não víamos há muito tempo! São cinquenta  anos de separação, algumas vi apenas no dia da formatura.
Difícil descrever os sentimentos que nos assaltaram revendo as amigas que fizeram parte de nossas vidas, durante anos.
Foi muito bom!!! Uma grande emoção!!!! Uma bênção, encontrá-las!!!
Aos poucos fomos nos reconhecendo e relembrando histórias divertidas da época, juro que eu não me lembrava de minhas “aprontações”  contadas por algumas delas...E muito menos que era excelente aluna em latim e francês!!!Achava que dava para o gasto!!!!E que adorava dar “cola”, muitas vezes me arriscando a levar um zero! Mas amiga era amiga , não é?
Em compensação, eu não enfiava  uma linha na agulha nas aulas de Educação Doméstica. Mas só tirava 10! Como assim?!?!? Em  troca da minha “ajudinha” nas provas de matemática e português, recebia  a “ajudinha” de algumas colegas nos trabalhos manuais, leia-se, bordados! Viva a cooperação!!!
Tenho certeza de que todas nós,  nos sentimos felizes, realizadas, contentes e renovadas. Apenas, lamentando as perdas sofridas.
Humanamente impossível reunir e rever todas as demais colegas, algumas com compromissos inadiáveis e intransferíveis, outras doentes, que justificaram pesarosas.
Nós,“joviais normalistas” sexagenárias, que tivemos o privilégio de nos reunir, sentimos  nossos corações batendo alegremente.
Parecíamos as mais barulhentas e eufóricas estudantes, cheias de casos e causos para contar e recordar. Sem nenhum constrangimento, atropelávamos umas às outras, todas ao mesmo tempo numa gritaria só, como antigamente.
Na certa, naquela ocasião não  passaria despercebido tal infração, e o “pito” viria na certa! Inadmissível, diriam: boa moça não age desta forma, sem ética, e ocasionaria sem dúvida alguma  aquele”implacável   olhar”  do diretor, colocando a infratora ou as infratoras no seu devido lugar.
Quase não falamos de nossa vida pessoal. Soube que umas ficaram viúvas, outras se divorciaram, outras como eu, permaneceram casadas e outras optaram por curtir a solteirice. Algumas continuaram professoras e outras optaram por outros cursos superiores. A maioria aposentada!
Também quase não falamos em filhos, maridos, noras, genros, netos, bisnetos, acho que essa fase foi superada,,,rs....Só queríamos curtir a presença de cada uma! Viajamos no tempo! Acho que todas nós  demos um pulo no passado...   quando  o nosso presente ainda eram sonhos!
O local do encontro foi no Restaurante Fogão A Lenha, que nos proporcionou um ambiente aconchegante, bonito, bem arrumado! Excelência para o almoço e nota dez para o atendimento. Tudo isso, ao som do Duda, impecável na voz e no teclado ( santa paciência do Duda!).
Parecia até que era uma formatura! Tudo tão bonito e bem feito!A entrega das lembrancinhas  lembrou a  entrega do diploma. Cada uma indo à frente para recebê-las, mas de forma bastante descontraída!
E dançamos e dançamos e dançamos animadamente! Sem nenhuma vergonha “abrimos nossas asas e soltamos nossas feras”!
Como diria a Aparecida Jorge: não se fazem “velhinhas” como antigamente ! Comentário que continuo rebatendo: “velhinha é aquela minha sandália que arrebentou a corda, furou a sola e não dá mais para o uso”. E claro que ela concorda comigo!!!!
Emoção forte de derrubar quarteirão foi quando eu e Altiva vestimos o uniforme do curso normal e fomos entregar os botões de rosa às colegas ao som da música normalista, cantada pelo Duda.
Parecíamos as adolescentes de saia azul-marinho, blusa branca e gravata bordada com uma estrela e as letras CB (Colégio Bittencourt). Meias brancas e sapatos pretos!Usávamos rabo de cavalo e éramos, pensando nos dias de hoje... muito inocentes.
Juro, não deu para segurar!!!
Parecia que eu estava participando de um milagre! Há muito não me sentia tão jovem, tão alegre!
Minhas colegas normalistas estão ótimas!
E eu? Eu ...estou sentindo uma saudade danada da aurora de minha vida!
Dilene Germano
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