quinta-feira, 17 de julho de 2014

ATÉ TU BRUTUS? (Dilene Germano)

“ Até tu, Brutus?” . Esta é uma célebre frase de Júlio César, ditador romano quando foi apunhalado pelas costas pelo seu filho e outros membros do Senado, num complô político. Ela pode não significar muito para algumas pessoas. Mas para outras, ela transmite decepção, mágoa, dor ao descobrir que por trás desse gesto estava um filho.
Você já deve ter percebido que estou falando de traição.
Há muito tenho vontade de escrever sobre esse assunto...tão delicado e polêmico. Fiquei protelando... protelando... porque, na verdade todo mundo tem medo, senão pavor. Cada “punhalada pelas costas”, forma um tipo de traição, que pode ser de amigos, parentes, colegas de trabalho... Podemos sobreviver ou sucumbimos como Júlio César? Depende da atitude que tomamos perante a situação. Acredito, que com o tempo, conseguimos curar a ferida e superar o golpe.
Mas existe uma traição que machuca mais que as outras: a traição num relacionamento que envolve o amor, uma vida a dois. É a pulada de cerca, a famosa “ escapulidinha” que poucos têm talento e sangue frio para manter-se em off. Essa é a pior, porque não somente nos deixa mal afetivamente e emocionalmente, mas também moralmente, já que não é tolerada socialmente. È uma experiência que não é nada agradável, deixa marcas, sequelas...  

E como é um tema complexo e subjetivo, estou encontrando dificuldade para expressar meu ponto de vista.Tentando ser cover de psicóloga , vamos ao assunto!
 Existem pessoas que tem vontade de trair, mas não tem coragem... Muitos até tem coragem, mas não sentem vontade... Muitos traem sem o menor pudor e não se arrependem... Muitos fazem e se arrependem....
Li não sei onde, não sei o autor , mas passo para você: “ Traição é o que une três pessoas sem uma saber.”
É aquela mega-traição confirmadíssima, que mais parece coisa de cinema ou novela! Só que alguns sabem e outros não ( ou fingem que não...)
Aí é que está a questão: perdoar ou não uma traição. È difícil! Traição é quebra de confiança. É uma longa estrada de dor, humilhação, paciência, tolerância,onde a relação é quebrada em mil pedacinhos que é impossível remontá-la como antes. E se você conseguir essa proeza, a relação vai capengar!  Então, por favor, não engula sapos, cobras, baratas , piranhas e afins...! Era só o que faltava, ter uma gastrite ou uma indigestão!
 Pense na sua sobrevivência: procure estar com amigas verdadeiras, bata na porta de sua família, vá viajar, pelo menos um final de semana, cuide-se , entoe o “ lê lê lê, lê...lê, lê, lê, lê, isto é, arregace  a manga, enfie a cara no trabalho, corra atrás de seu sonho, faça uma faxina mental, e se puder faça uma lipoaspiração ( vamos torcer para que  o SUS possa custear  esse  procedimento a toda mulher traída  para evitar a depressão), visite um orfanato ou um asilo e veja quanta gente precisa de você, elas lhe farão um bem enorme!
Se você for daquelas que tem como guru Nicolau Maquiavel , vai querer dar uma surra no traidor com aquele seu tamanco salto sete.
Se achar que vale a pena correr atrás e conceder Habeas Corpus até faça, mas fique atenta para o problema não mudar de endereço, até porque a coisa aí fora está muito ruim!.Se não tem coragem para “ chutar o balde”, acomode-se,  bola para frente e até a próxima!
Se o seu parceiro está acima de qualquer suspeita, mas aquela ‘ pulguinha” insiste em ficar atrás de sua orelha, não tem mal nenhum, deixe-a ali,  ela só está ...policiando! Ouça mais o seu coração...e a “pulguinha”...de vez  em quando!
Foi traída? Só não vale a pena: chorar, descabelar, correr atrás do dito cujo, virar Amy Winehouse (que Deus a tenha), enlouquecer suas amigas com blá, blá, blá, receber o cheque sem fundo de A e descontar a raiva em B., dar uma de tatu, cavoucar, cavoucar até encontrar todos os detalhes da traição, não dar uma de vítima ( “ Aqui Jaz Santa Traída,Amargurada, Trocada e Sucumbida” ).
 Coloque-se em primeiro lugar. Olhe no espelho e diga: Eu, fulana de tal, não preciso passar por isso!!! Ele me traiu, problema dele! E só!!!
Sabe de uma coisa? Nem eu mesmo sei o que estou dizendo, pois depende muito de cada situação , de cada história. Decididamente, é uma situação em que, cada um sabe onde  o calo dói.E como dói!!!! Mas...tem cura!!! Você pode tentar amaciar o sapato, colocar um “ band-aid” no pé, mas é muito melhor  trocar o “sapato” por outro mais confortável e na moda!Ou quem sabe o tamanco?
E sabe o que mais?  Delicie-se com versos do Soneto da Fidelidade , de Vinicius de Moraes:
“ Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.”
Bravísssimo!!!!!
Fique na Paz!
                    Dilene Germano






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