quarta-feira, 13 de maio de 2015

CARRO DE BOI (Dilene Germano)

 “O carro de boi lá vai gemendo no estradão, suas grandes rodas fazendo profundas marcas no chão vai levantando poeira,  poeira vermelha. poeira do meu sertão.” (Inezita Barroso) 

Lembro do sitio de meu tio Joanico, o carro de boi seguindo caminho e meus primos  candeeiros gritando: Eh,boi lá... Eh-ê-ê-ê , boi!... Tou! Tou! Tou...

Tchou!... Tchou!... Eh... booôi!... Vai Malhado, vai, que o sol está escondendo, temos que descarregar o milho, arrasta Branquinho...!!!!!Tchou!...Tchou! ...Oôôôôôaa!!!...



E lá ia o carro de boi...Canto triste ,..Canto Saudoso... E canta carro de boi…Cantava a vida, o sol, as sementeiras... as colheitas...as chuvas...os ventos… Hoje mora no passado, aquele que um dia foi o velho carro de boi, herói do campo e da história.

Recordações de uma época, onde a vida ainda corria num ritmo mais sereno, sem a pressa habitual das cidades. Linda tradição que infelizmente vem morrendo, em nome  do progresso.

Os carros de boi hoje em dia são peças raras, quase não se vêm por aí, uns jazem abandonados, outros somente para enfeite... mesmo assim evocam imagens que, por sua simplicidade e beleza, encantam e passeiam em minha memória, me fazendo lembrar o meu tempo de menina que já lá vão uns bons anos, porque já sou velhota eh eh eh... e  foi por isso que eu tirei esta foto.

A memória é danada! Nesse exato momento minha alma está ouvindo o canto-gemido nostálgico do carro de boi! Tchou!...Tchou!...Eh-ê-ê-ê, boi!...

Fique na paz!

Dilene Germano

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