domingo, 15 de abril de 2012



“BOIADA DE IMPOSTOS”

O alto valor da carga tributária aqui é insustentável ( federal, estadual e municipal). Até quando o povo brasileiro vai continuar sendo escravo de impostos tão altos e variados?
Não digo que não devemos pagá-los, mas não concordo com esse excesso de impostos que não devolvem à sociedade os benefícios que ela precisa!
E o imposto chamado de “ Leão” –  com letra maiúscula? Você sabe por que  o imposto de rendas tem esse nome? Então reflita sobre a seguinte fábula:  “ Uma ovelha, uma cabra, uma novilha e um leão fizeram uma sociedade. Estabeleceu-se que todo lucro ou prejuízo seria repartido igualmente entre os sócios. Uma corça caiu  numa armadilha preparada pela cabra. Os sócios reuniram-se. O leão declarou que a presa seria dividida em quatro partes. Tomou a primeira e disse que lhe cabia porque era o rei das selvas,
- A segunda me é devida ante o direito de ser mais forte. Quanto à terceira, disse: eu exijo porque sou o mais valente. Com relação à quarta, continuou, se alguém a pretender, será esquartejado.”
E não é exatamente o que ocorre com o povo brasileiro? A primeira parte é tirada de nossos salários; a segunda parte, embutido nos produtos que compramos; a terceira parte, de nossos bens e a quarta, são tiradas na declaração anual de rendas . E quem não vai querer entregar? Quem somos nós , cabras, ovelhas, novilhas para contestar tamanha voracidade, que é a “parte do Leão” ? Quem quer ser esquartejado?
Na minha cabeça, povoa uma confusão tributária: salário é renda? Se for com certeza estou rendendo muito pouco e desse pouco...
 Ah! Robespierre, Danton e Marat, mesmo depois de tanto tempo, os sonhos de egalité, liberté e fraternité, continua sendo também de todos os trabalhadores assalariados brasileiros Mas sem a guilhotina,  OK? Afinal não precisamos radicalizar! Muita coisa mudou até então!
 Ainda assim, a  História é rica em exemplos de cobrança exagerada de impostos. Essa prática vem desde os tempos medievais. Dentre os muitos cobrados na época , cito um que para nós é um absurdo: quando uma mulher se casasse, a primeira noite dela era um “ direito” do senhor feudal. Isso era aceito na época, portanto se alguém casasse, devia a primeira noite de sua mulher ao governo.
Da Idade Média até aqui lá se vão séculos, mas  ainda se cobram tributos familiares em nosso país : o imposto sobre herança pelo governo estadual .Se alguém morre, seus filhos tem que pagar um imposto ao governo, que nem sequer ajuda no funeral.
Cito mais um, dos muitos que o Brasil já viveu: a Derrama. Foi um imposto instituído em 1765 pela Coroa Portuguesa, a cobrança arbitrária do quinto atrasado, que deveria ser pago pelos mineradores de ouro. Esse  Leão imigrante tem história!!!
E hoje? Quer ter uma idéia? Basta ter um pouquinho de paciência e  ler o texto de Achiles Holanda, a seguir:
“ Para comprovar o exagero de impostos cobrados pelo governo brasileiro faremos um comparativo usando o “ boi” como referência.
Quando um pecuarista usa como meio de fecundação de suas vacas a inseminação artificial, ele compra o esperma em algum banco de esperma em nosso país, e paga um imposto.
Após a vaca fecundada e sem contar os gastos durante  a gestação do animal, o bezerro nasce, cresce e é vendido para um matadouro, e paga outro imposto.
O matadouro mata o boi e vende a carne para o atacadista, e paga outro imposto. O açougue vende para o consumidor final, e paga outro imposto.
Voltando ao matadouro, o sebo extraído do animal é vendido para as empresas de beneficiamento, e paga um imposto.
A empresa beneficia o sebo e vende para as fábricas de sabão, e paga outro imposto.
A indústria de sabão/sabonete fabrica o produto e vende para o atacadista, e paga outro imposto.
O atacadista vende para a loja revendedora( drogaria, supermercado, etc), e paga outro imposto.
A revendedora vende para o consumidor final, e paga outro imposto.
Ainda no matadouro, o couro é extraído do boi e vendido para o curtume, e paga um imposto.
O curtume trabalha o couro e vende para a fábrica de calçados, e paga outro imposto.
A fábrica de sapatos produz o sapato e vende para a loja, e paga outro imposto.
A loja vende o calçado para o consumidor final, e paga outro imposto.”
E aí vem os ossos, os embutidos, o exterco nessa escalada de impostos.
“Conclusão: um simples boi, gera absurdamente pelo menos 27 impostos”
Sei que ler essa listagem fica até enjoado, mas pelo menos dá para refletir um pouco, ampliando sua consciência. Lembrem-se de que o Brasil  não é só o país do futebol e do samba, é também o dos impostos.
Acho que não preciso repetir a fábula, não é mesmo?
Governo bom é aquele que trás qualidade de vida para o povo ( saúde, lazer, boa educação, moradia, segurança, trabalho, dignidade), mas hoje, já estou achando que governo bom é aquele que não atrapalha o povo!
E pensar que já nos rebelamos, no passado colonial contra a cobrança do quinto do ouro que produzíamos! “ Libertas quae será tamem”!

Fique na paz! E se cuide!
                                                                 Dilene Germano

Nenhum comentário:

Postar um comentário