segunda-feira, 2 de julho de 2018

DESCULPE A PRESUNÇÃO: SERIA EU, A PÉTALA DO DJAVAN? (Dilene Germano)

Andando tranquila pelo meu quintal, achei pelo chão algumas pétalas de uma rosa, desfeita.  Com a suavidade própria de sua pele aveludada, as acolhi em minhas mãos, pensando talvez, como as poderia salvar...
Coitada de mim... logo percebi que  elas nunca estiveram  tão felizes assim, guiando suas vidas, conforme o vento lhes favorecerem.



  As pétalas inquietas pela sua própria natureza, não se acomodavam junto a seus pares na rosa, e num vento um pouco mais brusco (ou seria só uma brisa?) resolveram buscar outras paragens e, desta forma, voaram felizes para novas experiências...
E as outras, onde pousaram? Não importa, pois onde estiverem, trarão em si mesma a essência da rosa, nem tão inebriante como aquela, mas certamente com inesquecível perfume sempre. 



 Continuando o meu caminhar, lembrei-me da música Pétala de Djavan,  lembrei-me da minha infância, tempo em que gostava de brincar com pétalas e raminhos.
Pétalas que esperam a vida brincando de “mal-me-quer e bem-me-quer”. Mas o amor, ah o amor é o bem-me-quer mais bonito da flor mais bonita. É o que envolve tudo isso e o que faz valer a pena.





Pétalas....ah...as pétalas. Quantas lembranças...
Para quem roía as unhas até não aparecer nenhum branquinho, era uma imagem distante. Então, enquanto esperava a idade avançar, brincava de mulher crescida (que não roía unhas) ...
 E as pétalas da maria-sem-vergonha eram perfeitas para criar as mãos que gostaria de ter. Podia trocar de cor de "esmalte" numa piscar de olhos. Bastava despetalar a florzinha, passar saliva em cada unha e "colar" as postiças. Quanto maiores, maior a satisfação.
Daí era só fazer poses, gestos e imaginar a mulher que um dia me tornaria.
Hoje, prefiro o brilho de cores lindas e vibrantes dos esmaltes. Sem vergonha, assumo que o básico me basta e uma gostosa sensação de liberdade me abraça. É bom se desvencilhar do papel de maria-vai-com-as-outras, mesmo que a menina que mora em mim às vezes se aborreça com isso. Mas daí,  ofereço-lhe um colinho, e logo fazemos as pazes.
Continuando pensando em Djavan, não há muito o que dizer dessa música,,, a não ser que é linda, perfeita...e que me fez chorar, como agora há uns minutos....
Desculpe o “Q” de presunção na minha pergunta: Seria eu, a pétala do Djavan?
Quem dera!!!!!

Fique na Paz!
Dilene Germano


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