quarta-feira, 7 de novembro de 2018

MEU PRETINHO INDEFECTÍVEL... NADA BÁSICO!(Dilene Germano)


Encontrei lá nos escombros da minha caixa-pensante, pequenas lembranças que fazem a vida da gente mais leve. Não sou descendente de rainha ou de alguma dinastia chinesa. Bem que gostaria de festejar 65 anos de reinado, que nem a rainha da Inglaterra,  morar num palácio e com milhares de chapeuzinhos charmosos enfeitando minha cabeça. Mas como não sou amiga de chapéu, então...nada feito.
Lembrei, para passar o tempo, de  um vestido preto belíssimo  que comprei para ser madrinha de casamento. Vestido que me custou “os olhos da cara”. Na altura pensei: é caro, fica-me bem, e como marinha é muito olhada e comentada, não vou encontrar lá nada igual, "bora" comprar.
No dia do casamento, entrei na Igreja repleta de gente impecavelmente vestida,  mas mesmo assim senti-me “única”: vestido bonito, cabelo impecável, maquiada, saltos altos, meias da cor da pele, enfim, nos trinques.
 Entrei pela mão do marido e ao lado de outros casais  que eu conhecia, esperando os outras testemunhas.  Olhei em volta e o meu vestido era mesmo único.
Bem, foi único apenas durante os 10 minutos até a entrada de outro casal com a esposa com um vestido  exatamente igual ao meu. Eu via que era igualzinho. Até tentei achar que não, porque quem o usava pesava mais 30ks do que eu, mais alta, usava meias pretas, saltos rasos e um colar enorme no pescoço.
Sentei-me e nada nem ninguém me animava. Queria apenas desaparecer num buraco. Nunca tinha passado por nada igual.
Depois da cerimônia, no salão de recepção me descolei… aos primeiros acordes de uma música mais mexida, dei por mim a pensei: estou aqui para me divertir e logo saltei da cadeira, dancei e não mais parei ao som de Garota Nacional, com a banda Skank .  E esqueci o vestido preto... indefectível...
Depois de algum tempo, engordei um pouquinho e resolvi oferecer a uma amiga. E ela amou.
Essa lembrança levou-me até a pessoas queridas que conheci. E senti “saudades” do vestido preto que agora não conseguiria vestir, mas isso não interessa nada... Tenho outro que ainda posso usar e com outras histórias para contar.
E sorri...porque  acho que a vida não nos leva muito a sério, e nos devolve os fatos em lembranças hilárias para ver se aprendemos alguma coisa!
 Se aprendermos a levá-la com mais leveza.


Fique na paz!
Dilene Germano

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